Agraciadas pelo misterioso acaso, suas vidas se cruzaram de forma tenaz; pelo mesmo acaso, fizeram do encontro a paixão arrebatadora que, nas mãos do irresistível desejo, deu vida ao indissolúvel compromisso mantido à distância.
Ela, uma jovem perdida em seus dezoito anos, encontrara-se naquele amor capaz de lhe ferver o sangue e de lhe enrubescer a face ao pronunciar seu nome em suspiros furtivos.
Ele já havia se deliciado com o fruto da juventude e da ingenuidade, estando agora a levemente se manifestar em seus cabelos o alvor da maturidade. Escreveu-lhe aquelas linhas curvando-se a uma hesitação constante por bem saber o peso insustentável das palavras. Temia que estas dilacerassem a alma daquela que o amava excedendo os patamares da razão, mas precisava lhe contar a cruel verdade. E contou.
Ela recebera sua carta naquela tarde de calor sufocante e iminência de dilúvio. Rasgara o papel que encobria a verdade que esperava ver revelada aos seus olhos e devorou numa leitura demorada as palavras de peculiar caligrafia.
Dizia a carta: "a clausura da física distância estabelecida entre nós embebedou-me de enorme introspecção e acarretou algumas tristes descobertas. Sinto dizer, querida, mas fui enganado por um sentimento terno que cultivo por ti, o qual me cegou os olhos da alma e, agora que as luzes já não me ofuscam a visão, é que percebo a gravidade de meu equívoco: enganei a mim e a ti... Estimei a ti mais que a todas as outras enquanto estivemos por perto. Mas hoje, tão longe de tua presença, vejo-me descobrindo um novo amor...
"(...) Se os céus me dessem a chance de desfazer meu erro, eu nunca a teria magoado como faço agora. Porém, é inevitável que o faça! E peço, de joelhos, que a eternidade perdoe meu deslize de não te amar como pensei que o fazia...
"Não sabe como me dói ter de dizer adeus desta forma (...)".
Uma lágrima solitária escorreu levemente por seu rosto, desprendendo-se de sua face ao cair melancolicamente sobre o papel que beijava. Respirou o aroma suave que o singelo envelope lhe trazia e desejou não ter nunca sentido o doce perfume daquele homem que tanto amara um dia - e para todo o sempre o faria...
Ela, uma jovem perdida em seus dezoito anos, encontrara-se naquele amor capaz de lhe ferver o sangue e de lhe enrubescer a face ao pronunciar seu nome em suspiros furtivos.
Ele já havia se deliciado com o fruto da juventude e da ingenuidade, estando agora a levemente se manifestar em seus cabelos o alvor da maturidade. Escreveu-lhe aquelas linhas curvando-se a uma hesitação constante por bem saber o peso insustentável das palavras. Temia que estas dilacerassem a alma daquela que o amava excedendo os patamares da razão, mas precisava lhe contar a cruel verdade. E contou.
Ela recebera sua carta naquela tarde de calor sufocante e iminência de dilúvio. Rasgara o papel que encobria a verdade que esperava ver revelada aos seus olhos e devorou numa leitura demorada as palavras de peculiar caligrafia.
Dizia a carta: "a clausura da física distância estabelecida entre nós embebedou-me de enorme introspecção e acarretou algumas tristes descobertas. Sinto dizer, querida, mas fui enganado por um sentimento terno que cultivo por ti, o qual me cegou os olhos da alma e, agora que as luzes já não me ofuscam a visão, é que percebo a gravidade de meu equívoco: enganei a mim e a ti... Estimei a ti mais que a todas as outras enquanto estivemos por perto. Mas hoje, tão longe de tua presença, vejo-me descobrindo um novo amor...
"(...) Se os céus me dessem a chance de desfazer meu erro, eu nunca a teria magoado como faço agora. Porém, é inevitável que o faça! E peço, de joelhos, que a eternidade perdoe meu deslize de não te amar como pensei que o fazia...
"Não sabe como me dói ter de dizer adeus desta forma (...)".
Uma lágrima solitária escorreu levemente por seu rosto, desprendendo-se de sua face ao cair melancolicamente sobre o papel que beijava. Respirou o aroma suave que o singelo envelope lhe trazia e desejou não ter nunca sentido o doce perfume daquele homem que tanto amara um dia - e para todo o sempre o faria...
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