quinta-feira, junho 30, 2005

Lula de Pedra






















Ilustração feita para a capa da Veja, revista de maior circulação nacional. Servindo como chamada para sua matéria central, a imagem mostra um busto pétreo do atual presidente Inácio Lula da Silva sendo corroído pelo tempo e "outros fatores" mais recentes que são abordados com mais profundidade pela reportagem no bom e velho estilo da revista. Feita com base em uma referência de uma estátua similar com o rosto de estadista russo Boris Yeltsin, a analogia talvez seja exagerada, mas de modo melancólico também somos obrigados a concordar que mais uma vez uma conjuntura muito menos do que favorável acaba transformando figuras de alto poder simbólico em ruínas.
"Os políticos e as fraldas devem ser mudados freqüentemente pelas mesmas razões"

quarta-feira, junho 29, 2005

Pensamento M473M471C0 (53N54C1ON4L):

4S V3235 3U 4C0RD0 M310 M473M471C0.
D31X0 70D4 4 4857R4Ç40 N47UR4L D3 L4D0
3 M3 P0NH0 4 P3N54R 3M NUM3R05,
C0M0 53 F0553 UM4 P35504 R4C10N4L.
540 5373 D1550, N0V3 D4QU1L0...
QU1N23 PR45 0NZ3...
7R323N705 6R4M45 D3 PR35UNT0...
M45 L060 C410 N4 R34L 3 C0M3Ç0 4 F423R V3R505 H1NDU-4R481C05


Traduza!

segunda-feira, junho 27, 2005

Parabéns Raulzito, 60 anos!!!


























Todo Mundo Explica letra
"Não me pergunte por queQuem-Como-Onde-Qual-Quando-O Que? Deus, Buda, O tudo, O nada, O ocaso, O cosmo. Como o cosmonauta busca o nada. Seja lá o que for, já é. Não me obrigue a comer. O seu escreveu não leu. Papai nos deu a cabeça do Dr. Sigismundo porque sem querer cantou de galoCada cabeça é um mundo Gismundo. Antes de ler o livro que o guru lhe deu você tem que escrever o seu. Chega um ponto que eu sinto que eu pressinto lá dentro, não do corpo, mas lá dentro-fora. No coração e no sol, no meu peito eu sinto na estrela, na testa, eu farejo em todo o universo que eu estou vivo que eu estou vivo, vivo, vivo, vivo como uma rocha. E eu não pergunto, hoje sei que a vida não é uma resposta. E se eu aconteço se deve ao fato de eu simplesmente ser. Se deve ao fato de eu simplesmente ser. Mas todo mundo explica. Explica, Freud, o padre explica, Krishnamurti távendendo a explicação na livraria, que lhe faz a prestação. Que tem Platão que explica tudo tão bem vai lá que todo mundo explica protestante, o auto-falante, o zen-budismo, Brahma, Skol Capitalismo oculta um cofre de fá, fé, fi, finalismo Hare Krishna, e dando a dica enquanto aquele papagaio Curupaca e implica com o carimbo positivo da ciência que aprovae classifica. O que é que a ciência tem? Tem lápis de calcular. Que é mais que a ciência tem? Borracha prá depois apagar. Você já foi ao espelho, nego? Não?Então vá!
(Clique no título e leia a reportagem de Luciano Almeida Filho no site NOOLHAR sobre os 60 anos do Maluco Beleza)

Atrás de toda grande mulher há sempre um grande homem





Camille Claudel, mulher do escultor Auguste Rodin




Nasceu numa pequena cidade do Tardenois, nos arredores de Paris, sendo a segunda entre quatro irmãs em uma família burguesa francesa. O primeiro filho, também chamado Camille, morreria logo após nascer e portanto Camille Claudel, menina, tornou-se assim irmã mais velha, sendo o caçula Paul Claudel, que viria a tornar-se o festejado poeta, escritor católico e diplomata do Estado francês. Camille contou sempre com o apoio paterno e conviveu com ma certa rusga com a mãe e a irmã Louise,que viria a acentuar muito o final de sua vida. Incentivada pelo pai, pôde desenvolver sua vocação artística, dedicando-se aos seus primeiros estudos de escultura. Posteriormente, em 1881 (Camille com 17 anos ) a família Claudel mudou-se para Paris, estimulada pela sugestão do escultor Boucher a Camille, que reconhecia nela um talento a ser desenvolvido e,pela preocupação de seu pai que procurava melhorar os padrões de educação e preparo dela e de seus irmãos. Em Paris, Boucher que orientava até então Camille Claudel, recomendou-a a Rodin. Ela viria a se tornar sua aluna, discípula, colaboradora e amante. Camille logo demonstrou sua grande habilidade e foi uma das principais responsáveis pelo desenvolvimento de váriuos projetos, de esculturas ou de parte delas, dentre as encomendas que chegavam ao atelier do grande escultor, então em grande fase criativa e no limiar de um reconhecimento mais consistente. Surgiu entre eles um romance, que viria a durar quase 15 anos. Trabalharam juntos numa comunhão de talentos e de identidades criativos até o afastamento definitivo que ocorreria por volta de 1894. Após a ruptura, que marcaria profundamente Rodin e sua obra, o sentimento de fracasso afetivo e a solidão encaminharam a frágil estrutura emocional de Camille ao desespero, ao ressentimento e ao ódio de seu antigo companheiro. Passou a viver isolada em seu atelier, restrita a um espaço úmido e mal conservado em plena Ile de Saint-Louis, no coração de Paris. Após várias manifestações de uma paranóia persecutória, naufragada na miséria, na solidão e no desespero da falta de reconhecimento que lhe teria sido importante num dado momento, Camille passou a responsabilizar de maneira crescente a Rodin pelos seus insucessos e dificuldades,a ponto de colocar em risco sua própria vida. Vivendo pobremente, assistiu cerraram-se suas oportunidades como escultora uma vez que lhe faltavam encomendas para obras em espaços públicos, o que lhe atribuía a influências nefastas de seu antigo mestre. Passou a esculpir para logo em seguida, destruir e enterrar seus estudos e maquetes.
Dessa maneira, melancolicamente foi internada por sua família num asilo de alienados, no ano de 1913, uma semana depois da morte de seu pai, que sempre a protegera e auxiliara na medida do possível. No hospício a que foi destinada, ficaria reclusa e quase esquecida de seus pouco amigos e familiares, até falecer em 1943. Procedeu-se assim numa espécie de condenação e cumprimento de uma silenciosa pena de prisão perpétua, que durou trinta anos e extinguiu a chama do talento e da vivacidade de uma grande escultura.

quinta-feira, junho 23, 2005

Como se dar bem em uma festa



































(Conheça: http://www.fabricadequadrinhos.com.br/)

quarta-feira, junho 22, 2005

Auguste Rodin





O Beijo - Auguste Rodin


Paolo e Francesca no Inferno de Dante

Em breve, Motoqueiro Fantasma com Nicholas Cage

terça-feira, junho 21, 2005

O peso da liberdade - por Tiago Coutinho (Diário do Nordeste, 21.06.05)

O Século de Sartre

Um século de pensamento. Hoje se comemora o centenário de Jean-Paul Sartre (1905-1980), pensador mais conhecido do movimento intelectual surgido após a segunda guerra mundial na França: o existencialismo. Além de filósofo, Sartre conquistou destaque mundial por sua produção e engajamento na política, na literatura e no teatro. Desde o começo do ano, ele tem recebido homenagens em todo o mundo. Desde maio, a editora Nova Fronteira relança toda a obra do filósofo
Nascido em Paris, há exatos 100 anos, Jean-Paul Sartre praticamente não possuiu contato com o pai que faleceu quando tinha dois anos. Acompanhando a mãe, ele cedo mudou-se para a cidade Meudon, na França, para morar com o avô materno. Há quem diga que a ausência de contato com o pai contribuiu para o filósofo desenvolver seu pensamento, pois, assim, não teve o veredicto de um superego castrador.
Independente da figura do pai ter ou não contribuído para a formação intelectual de Sartre, o fato é que ele se tornou um homem radicalmente livre, temática abordada com maior afinco em suas produções políticas, filosóficas e artísticas.
O tema da liberdade é presente em toda obra do filósofo. Para ele, os seres humanos, pelo fato de existirem, atribuem a existência significados, e acabam construindo um modelo para o tipo de homem que será. Esta construção se dá livremente, já que não há um modelo para qual o ser humano deva projetar os atos.
Desta forma, o homem está condenado a liberdade, permitindo a ele construir seus valores e tornando-o responsável pelos próprios atos. O princípio da liberdade fundamenta as teorias existenciais, também desenvolvidas pelo filósofo.
Para Sartre, o existencialismo é a prática de ação. Seus ensinamentos assinalam que o homem não tem nada e não é nada além das suas práticas e atitudes. O homem só existe a partir do momento em que se faz existir por meio de ações, sejam elas de qualquer tipo. Além de teorizar a liberdade, Sartre procurou ter uma vida extremamente libertária. Prova disso foi seu relacionamento com a moça “bem-comportada” Simone de Beauvoir (1908-1986), que conheceu na Escola Normal Superior, em 1924. Seu relacionamento amoroso sempre rendeu muito o que falar. Nunca se separaram, mas nunca também viveram juntos. Um casamento moderno, sem igreja nem cartório.
Quando o casal esteve no Brasil, em 1960, muitos buchichos e tititis permearam o meio social. No mesmo ano, Sartre e Simone de Beauvoir estiveram em Fortaleza, a convite do professor Antônio Martins Filho, fundador da UFC. Quatro dias na cidade foram suficientes para o casal visitar Canindé e ministrar conferências sobre literatura popular, no Salão Nobre da Associação Cearense de Imprensa e na Faculdade de Direito.
A cidade ficou admirada, tanto pela qualidade dos debates, quanto pelo fato de o casal de “amigos” dormirem no mesmo quarto do hotel. Neste ano, Sartre aproveitou e visitou muitas capitais do País e concedeu sua primeira entrevista na televisão, para a extinta TV Excelsior. Hoje as imagens compõem o acervo da TV Cultura.
Sartre tinha um grande engajamento político e fundou o movimento “Socialismo e Liberdade”. Era comunista, apesar de ter tido pouco envolvimento direto com o Partido Comunista. Ele era, antes de tudo, um filósofo libertário, anárquico e contrário a qualquer forma de opressão.
Por isso, rompeu com a tentativa de implantação do socialismo na União Soviética e combateu massissamente o autoritarismo exercido por Stálin, publicando o texto “O Fantasma de Stálin” (1956).
Além de textos diretos e acadêmicos, Sartre contribuiu para jornais e revistas como “Os Tempos Modernos”, “A Causa do Povo” e “Liberdade”. O escritor encontrou, na literatura e no teatro, formas emblemáticas de apresentar seu pensamento, burlando a censura existente na época.
A peça “As Moscas” apresenta, aparentemente, um drama grego, no entanto, o espetáculo se trata de uma alegoria da conjuntura política de Paris. A obra “As Moscas” será republicada em Agosto, pela Editora Nova Fronteira, junto com outros títulos.
Em comemoração ao centenário, desde o mês de maio, a Nova Fronteira vem republicando a obra do filósofo. Na bienal do Rio de Janeiro, a trilogia “Os Caminhos da Liberdade”, com as obras “A idade da Razão”, “Sursis” e “Com a Morte na Alma” foi apresentada com revisões e novas capas.
Os três livros narram a história de Mathieu Delarue, um professor de Filosofia, na Paris de 1938, que passa por conflitos existenciais ao chegar na idade aos trinta anos, a idade da razão. Ao longo da história, o protagonista se encontra com personagens que apresentam outras questões que angustiam toda a juventude: aborto, homossexualidade, engajamento político e principalmente a questão existencial, já que, para Sartre, o sujeito é livre dentro de suas escolhas.
No mês de junho, outros dois títulos foram lançados: o livro de contos “O Muro” e o primeiro romance “A Náusea”. Este último apresenta ainda características fortemente biográficas de Sartre. Há declarações dele apreciando o livro como favorito dele. Além disso, “A Náusea” já aponta com bastante clareza questões iniciais do pensamento existencialista, mais tarde apresentadas com maior aprofundamento no calhamaço “O Ser e o Nada”, um de seus textos mais famoso.
Já em “O Muro”, publicado originalmente em 1939, encontram-se cinco contos. Todas as histórias se passam na época da Guerra Civil Espanhola, o autor trabalha com situações e personagens nauseantes e nauseados, discutindo outras questões caras a ele como sexualidade, humanismo, loucura, política e vida conjugal.

segunda-feira, junho 20, 2005