terça-feira, novembro 22, 2005

Quando Marte se aproxima... Por Sílvia Curiati


Pessoas impulsivas têm um grande problema: são impulsivas.
É o tipo de gente que deveria ser proibida de entrar no mundo, deveria viver num universo impulsivo cheio de trampolins, desconectado deste calculista e minucioso, num lugar onde o ato impensado, a palavra mal colocada, o texto enviado sem ser relido não causassem grandes danos a ninguém, porque chegariam a uma pessoa igualmente impulsiva que os entenderia e saberia compreender a gravidade ou não do tema. Conseguiria discernir entre a palavra real e a raivosa, entre a tranqüila e a exagerada, entre a carinhosa e a cheia de paixão, entre a opinião real e a forjada. Não é tão complicado. Conhecendo um pouco a pessoa com quem se está falando, dá pra saber o que ela quer dizer, ou o que apenas saiu de sua boca.
Com isso o mundo real seria habitado por pessoas normais, que ouvem e entendem aquilo que foi falado com absoluta certeza de que é este mesmo o significado que o outro quis dar. Seriam mais felizes e não haveria nenhum desentendimento de caráter verbal. São os que mais machucam.
O mundo real seria mais correto se nós, impulsivos, não existíssemos. Haveria menos perdas, mais confiança.
Eu, pelo menos, me machucaria muito menos. E certamente não machucaria ninguém.
Não sou do tipo que pensa mil vezes antes de escrever ou de dizer algo. Falo coisas movida pela sensação do momento. Muitas, incontáveis vezes, elas saem da maneira errada. Outras tantas, falo o que vinha guardando há muito e não tinha nenhuma vontade de externar. Ultimamente tenho quebrado a cara com isso, e vale de lição.
Em alguns casos, a solução deve ser dexistir...

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