quinta-feira, novembro 24, 2005
A arte de Peter Paul Rubens
Rubens é um dos grandes mestres da pintura barroca européia. Suas obras são a representação mais acabada da essência da arte do século XVII. Partindo do estudo dos mestres do cinquecento, o pintor flamengo conseguiu dar uma reviravolta definitiva na pintura, criando composições dinâmicas de uma intensa expressividade e de um evidente caráter hedonista, como demonstram seus voluptuosos nus. Sua vida tem sido uma das maiores preocupações dos historiadores da arte, porque não há documentação suficiente para se conhecer em detalhes sua biografia. O pai de Rubens era senador na cidade de Antuérpia, mas por problemas de ordem confessional precisou mudar-se com a família para a cidade de Colônia, na Alemanha. Após a morte do marido, a viúva e os três filhos voltaram para a cidade belga. Lá, Rubens começou a ter aulas de pintura com o mestre Van Noort, um conhecido adepto da arte romana, e mais tarde com Tobias Verhaecht e Otto van Veen. Em 1598, o jovem pintor foi aceito na guilda de São Lucas. Entre os anos de 1600 e 1608 morou em Mântua, contratado pela família Gonzaga. Começou assim uma etapa muito importante para o artista flamengo. Além de pintar, dedicou-se ao estudo dos mestres italianos que tanto admirava, principalmente Ticiano. Ao voltar foi nomeado representante diplomático e pintor oficial dos administradores do reino em Antuérpia. Em sua nova condição de funcionário do governo pôde construir uma grande casa com ateliê (projetado por ele mesmo). Pouco depois casou-se com aquela que seria sua primeira esposa, Isabella Brandt, filha de um conhecido humanista.São dessa época suas primeiras encomendas importantes: ilustrações dos novos missais (Missale Romanum) e os altares e cenas de caça para Maximiliano da Baviera (hoje na Pinacoteca de Munique). Para poder dar conta do volume de trabalho, Rubens precisou contratar vários colaboradores, entre eles o jovem Van Dyck e o paisagista Wildens. Ao mesmo tempo foram iniciados os vinte e cinco quadros do ciclo de Maria de Medici e os desenhos para os tapetes de Luís XIII. Por ocasião da morte da esposa em 1626, o ateliê passava por uma atividade febril. Da Espanha chegou um pedido para os tapetes do Convento das Descalças Reais de Madri, e da França, o pedido do ciclo de pinturas de Henrique IV. Enquanto isso, Rubens viajava freqüentemente para a Inglaterra e à Espanha, devido ao seu cargo de representante diplomático da corte. O pintor flamengo foi um dos responsáveis pelo tratado de paz entre esses países nos anos de 1629 e 1630.Quando voltou para Antuérpia, casou-se com a jovem Hélène Fourment, que a partir desse momento se transformaria em personagem principal de todas as suas obras.O grande mestre do barroco morreu quando faltava pouco para terminar seus quadros para o castelo Torre da Parada de Filipe IV. Nas obras de Rubens estão refletidos sua grande força criadora e seu sentido hedonista da vida. Suas composições são a sábia combinação da arte flamenga com a italiana. Nelas, a cor é tão importante quanto a modelagem naturalista dos corpos. No entanto, o pintor não busca uma beleza harmoniosa e tranqüila. Os parâmetros estéticos de Rubens são a opulência e o brilho, o volume como expressão máxima da sensualidade. Os temas, fossem eles religiosos, políticos ou alegóricos, eram tratados com o mesmo entusiasmo. Opinando sobre si mesmo, Rubens disse: "Meu talento é tão grande que, por mais difícil e impossível que um empreendimento possa parecer, ele jamais vai conseguir superar a confiança que tenho de que vou superá-lo".
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