terça-feira, dezembro 07, 2004

Poesia de Graciliamos Ramos. Pintura de Picasso - halloween

Eu dou-me de presente todas as idéias
Só não me dou de presente à idéia do infinito
Eu não me acostumei em vida a justificar qualquer hierarquia
Não me acostumei a pensar a desigualdade
A relação do homem com o infinito não passa pelo campo do saber
O infinito é um desejo que se nutri de sua própria fome de... infinito
Eu? Um metafísico? De jeito nenhum.
Encanta-me os paradoxos, ou melhor, sou vítima dos paradoxos
Se eu levanto o punhal para assassiná-los, os paradoxos zombam de mim
Quanto mais zombam de mim, mas os admiro por sua inconsistência sedutora
Aaaahhh... Os paradoxos...
Eu tento corrigi-los
Ossos do ofício de quem foi um dia revisor de jornal

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