"Na manhã do dia seguinte, as nuvens cobriam o topo da montanha. Eram nuvens escuras e pesadas, por isso o monge não ficou surpreso quando a chuva caiu forte que curvou os bambus e achatou os brotos dos inhames. Acostumado ao clima na encosta da montanha, o m0onge continuou imóvel em suas orações. Ele não se moveu nem quando os raios - de uma brancura ofuscante - começaram seguidos por trovões tão altos e tão profundos que pareciam vir do próprio coração da Terra.
A chuva redobrou. Era o bater de centenas de pequenos tambores, tão alto que o monge mal podia ouvir o som de choro acima trepidar dos pingos. Mas ele escutou alguém soluçando e saiu para o pátio, onde viu, deitada no chão onde a tera escorria como sopa, uma jovem encharcada pela chuva. Suas vestes molhadas, feitas da mais rica seda, grudavam-lhe ao corpo como uma segunda pele". (pág. 10)
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