" love is a four letter word"
sábado, agosto 26, 2006
Apenas mais uma separação comum - Silvia Curiati
Ele entrou na casa sem desviar o olhar para a pessoa que abria a porta. Passou como uma flecha e sentou-se no sofá, virando-se então em direção a ela, que vinha caminhando vagarosamente, como um take em slow-motion de um desfile de grife.
Estavam agora um de frente ao outro, olhos nos olhos.
"A mulher da minha vida", pensou, enquanto sua expressão permanecia a mesma, indefinível.
"Eu não posso viver sem ele", ela repetia incessantemente, como um mantra, em sua mente.
"Tão linda, tão perfeita... Ainda sou completamente apaixonado por esta garota".
"Me abraça, por favor, diz que ainda me quer".
Ele levantou-se e disse, rapidamente, antes de ter tempo de repensar:
- Melhor assim, não temos nada a ver um com o outro. Nem me lembro por que nos apaixonamos.
- Verdade.
E partiu sem olhar para trás.
Deixaram a perfeição de seus sentimentos ser maculada pelas palavras. Elas, que saíam de suas bocas sem permissão, como adolescentes fugindo do controle dos pais, rebelando-se contra uma causa inexistente, tatuando-se sem pensar nas conseqüências futuras, no arrependimento que um dia, cedo ou tarde, bateria em suas portas
Estavam agora um de frente ao outro, olhos nos olhos.
"A mulher da minha vida", pensou, enquanto sua expressão permanecia a mesma, indefinível.
"Eu não posso viver sem ele", ela repetia incessantemente, como um mantra, em sua mente.
"Tão linda, tão perfeita... Ainda sou completamente apaixonado por esta garota".
"Me abraça, por favor, diz que ainda me quer".
Ele levantou-se e disse, rapidamente, antes de ter tempo de repensar:
- Melhor assim, não temos nada a ver um com o outro. Nem me lembro por que nos apaixonamos.
- Verdade.
E partiu sem olhar para trás.
Deixaram a perfeição de seus sentimentos ser maculada pelas palavras. Elas, que saíam de suas bocas sem permissão, como adolescentes fugindo do controle dos pais, rebelando-se contra uma causa inexistente, tatuando-se sem pensar nas conseqüências futuras, no arrependimento que um dia, cedo ou tarde, bateria em suas portas
Filme: Waking Life
Existem dois tipos de sofredores...
aqueles que sofrem
da falta de vida...
e os que sofrem da abundância
excessiva da vida.
Eu sempre me posicionei
na segunda categoria.
Quando se pensa nisso, quase todo
comportamento e atividade humana...
são, essencialmente, nada diferentes
do comportamento animal.
As mais avançadas tecnologias e
artefatos levam-nos, no máximo...
ao nível do super-chimpanzé.
Na verdade, o hiato entre Platão
ou Nietzsche e o humano mediano...
é maior do que o que há entre
o chimpanzé e o humano mediano.
O reino do verdadeiro espírito...
o artista verdadeiro, o santo,
o filósofo, é raramente alcançado.
Por que tão poucos?
Por que a História e a evolução
não são histórias de progresso...
mas uma interminável e fútil
adicão de zeros?
Nenhum valor maior se desenvolveu.
Ora, os gregos, há 3.000 anos,
eram tão avançados quanto somos hoje.
Quais são as barreiras
que impedem as pessoas...
de alcançarem, minimamente,
o seu verdadeiro potencial?
A resposta a isso pode ser encontrada
em outra pergunta, que é...
qual é a característica humana
mais universal?
O medo...
ou a preguiça?
O que está escrevendo?
Um romance.
Qual é a história?
Não há história. São só...
pessoas, gestos, momentos.
Fragmentos de sensações.
Emocões evanescentes.
Em resumo...
as maiores histórias já contadas.
Você está na história?
Acho que não.
Mas estou meio que lendo-a
para depois escrevê-la.
quinta-feira, agosto 24, 2006
Sartre
domingo, agosto 13, 2006
Cotidiano: Dia após dia, ano a ano - Gina Emanuela
Acordou com o despertador. Esperou aqueles dez minutos de praxe para levantar-se _ aqueles dez minutos que levamos para acostumarmo-nos com a idéia de que temos sim que levantar, muito embora ainda estejamos morrendo de sono. Depois só mais cinco minutinhos de preguiça, concedidos como recompensa antecipada pelo logo dia acordado que teria. Só então se levantou de vez. Nem se preocupou se o pé que havia pisado primeiro o chão havia sido o esquerdo ou o direito. Não era dado a superstições - bobagens simbólicas criadas e acreditadas por cabeças por demais imaginativas e necessitadas. Vazias? Não. Cheias dessas bobagens. Mas não era nisso que ele pensava agora enquanto escovava os dentes. Era isso que ele achava, era isso que carregava dentro de si junto a um monte de outros conceitos já formados sobre tudo, mas agora ele era só um homem com muito sono e a boca cheia de pasta na frente do espelho. Cuspiu, lavou o rosto, limpou com cuidado o canto dos olhos, se achou bonito, tomou o café que lhe fizeram, balbuciou quaisquer bons dias e foi tomar o ônibus.
Mal colocara o pé na calçada, o ônibus chegou. Ele quase pensou que estava com sorte, mas desanimou ao ver o quão lotada estava à condução. Tanta gente! Se esses não estivem esperado também quinze minutos a mais na cama teriam pegado o ônibus mais cedo e agora ele seria um ser feliz. Pegou o troco. Passou na roleta. Sentiu corpo de gente de perto. Suou com eles. Ouviu música ruim. Conseguiu uma vaga na janela. É, estava com sorte. E nem acredita em azar ou sorte.
Chegou, desceu, tropeçou, apanhou a moeda no chão, sorriu pro porteiro em resposta. Trabalhou o dia todo. Cansou-se, se questionou, deixou de besteira, se justificou, se conformou. Uma ponta de dor de cabeça. Quarenta gotas de analgésico. Passou. Fim de tarde foi-se embora, ele e o sol e o ônibus igual rumo ao destino _ sua casa, chegada que é a mesma largada. Chegou, descalçou, coçou, comeu e deitou. Se havia pensado em algo não se sabe, nem se há de saber: dispensou. Mais espelho e pasta nos dentes. Nenhuma preocupação em se achar bonito. Pra dormir? Antes de deitar-se, um copo d´água. Aproveitou a janela aberta e deu uma espiada no céu, viu que fazia lua cheia. Isso não o deslumbrou, nem o amedrontou. Ele apenas constatou. Depois cochilou, cochilou e dali a pouco estava dormindo pra tudo de novo. De novo, muito pouco ou nada. Era um adulto.
Mal colocara o pé na calçada, o ônibus chegou. Ele quase pensou que estava com sorte, mas desanimou ao ver o quão lotada estava à condução. Tanta gente! Se esses não estivem esperado também quinze minutos a mais na cama teriam pegado o ônibus mais cedo e agora ele seria um ser feliz. Pegou o troco. Passou na roleta. Sentiu corpo de gente de perto. Suou com eles. Ouviu música ruim. Conseguiu uma vaga na janela. É, estava com sorte. E nem acredita em azar ou sorte.
Chegou, desceu, tropeçou, apanhou a moeda no chão, sorriu pro porteiro em resposta. Trabalhou o dia todo. Cansou-se, se questionou, deixou de besteira, se justificou, se conformou. Uma ponta de dor de cabeça. Quarenta gotas de analgésico. Passou. Fim de tarde foi-se embora, ele e o sol e o ônibus igual rumo ao destino _ sua casa, chegada que é a mesma largada. Chegou, descalçou, coçou, comeu e deitou. Se havia pensado em algo não se sabe, nem se há de saber: dispensou. Mais espelho e pasta nos dentes. Nenhuma preocupação em se achar bonito. Pra dormir? Antes de deitar-se, um copo d´água. Aproveitou a janela aberta e deu uma espiada no céu, viu que fazia lua cheia. Isso não o deslumbrou, nem o amedrontou. Ele apenas constatou. Depois cochilou, cochilou e dali a pouco estava dormindo pra tudo de novo. De novo, muito pouco ou nada. Era um adulto.
Filme: Waking Life
Na visão de mundo atual, a Ciência
tomou o lugar de Deus...
mas alguns problemas filosóficos
ainda nos perturbam.
Livre-arbítrio, por exemplo.
Esse problema está na praça
desde Aristóteles, em 350 a.C.
Santo Agostinho e São Tomás de Aquino
questionavam "como sermos livres...
se Deus já sabe tudo
o que iremos fazer?"
Hoje, sabemos que o mundo é regido
por leis físicas fundamentais.
Essas leis regem o comportamento
de cada objeto do mundo.
Como essas leis são confiáveis,
elas viabilizam avanços tecnológicos.
Nós somos sistemas físicos. Arranjos
complexos de carbono e de água.
Nosso comportamento não é
excecão a essas leis.
Logo, se é Deus programando isto
de antemão e sabendo de tudo...
ou se são leis físicas nos governando,
não há muito espaço para a liberdade.
Pode-se querer ignorar
o mistério do livre-arbítrio.
Dizer: "É uma anedota
histórica, uma inconsistência.
É uma pergunta sem resposta.
Esqueça isso."
Mas a pergunta permanece. Quanto
à individualidade, quem você é...
se baseia nas livres escolhas que faz.
Ou pelas quais se responsabiliza.
Só se é responsabilizado,
ou admirado, ou respeitado...
pelas coisas que se faz
pela própria escolha.
A pergunta retorna sem cessar
e não temos uma solucão.
Decisões podem parecer charadas.
Imagine só. Há atividade elétrica
no cérebro. Os neurônios disparam...
enviando um sinal através dos nervos
até os músculos. Estes se contraem.
Você estende seu braco.
Parece uma acão livre...
mas cada parte desse processo...
é governada por leis físicas,
químicas, elétricas etc.
Parece que o Big Bang
causou as condicões iniciais...
e todo o resto
da História humana...
é a reação de partículas subatômicas
às leis básicas da física.
Nós achamos que somos especiais,
que temos alguma dignidade.
Isso agora está ameaçado.
Está sendo desafiado por este quadro.
Você pode dizer: "E quanto à mecânica
quântica? Conheço o bastante...
para saber que é uma
teoria probabilística.
É frouxa, não é determinista.
Permite entender o livre-arbítrio."
Mas, se olharmos detalhadamente,
isso não ajudará...
porque há as partículas quânticas
e o seu comportamento é aleatório.
Elas são meio transgressoras.
Seu comportamento é absurdo...
e imprevisível. Não podemos estudá-Io
com base no que ocorreu antes.
Ele tem um enquadre probabilístico.
Será a liberdade apenas
uma questão de probabilidade?
Aleatoriedade em um sistema caótico?
Eu prefiro ser uma engrenagem em
uma máquina física e determinista...
que uma transgressão aleatória.
Não podemos ignorar o problema. Temos
que incluir pessoas nesta perspectiva.
Não apenas corpos, mas pessoas.
Há a questão da liberdade...
espaço para escolha, responsabilidade
e para entender a individualidade.
tomou o lugar de Deus...
mas alguns problemas filosóficos
ainda nos perturbam.
Livre-arbítrio, por exemplo.
Esse problema está na praça
desde Aristóteles, em 350 a.C.
Santo Agostinho e São Tomás de Aquino
questionavam "como sermos livres...
se Deus já sabe tudo
o que iremos fazer?"
Hoje, sabemos que o mundo é regido
por leis físicas fundamentais.
Essas leis regem o comportamento
de cada objeto do mundo.
Como essas leis são confiáveis,
elas viabilizam avanços tecnológicos.
Nós somos sistemas físicos. Arranjos
complexos de carbono e de água.
Nosso comportamento não é
excecão a essas leis.
Logo, se é Deus programando isto
de antemão e sabendo de tudo...
ou se são leis físicas nos governando,
não há muito espaço para a liberdade.
Pode-se querer ignorar
o mistério do livre-arbítrio.
Dizer: "É uma anedota
histórica, uma inconsistência.
É uma pergunta sem resposta.
Esqueça isso."
Mas a pergunta permanece. Quanto
à individualidade, quem você é...
se baseia nas livres escolhas que faz.
Ou pelas quais se responsabiliza.
Só se é responsabilizado,
ou admirado, ou respeitado...
pelas coisas que se faz
pela própria escolha.
A pergunta retorna sem cessar
e não temos uma solucão.
Decisões podem parecer charadas.
Imagine só. Há atividade elétrica
no cérebro. Os neurônios disparam...
enviando um sinal através dos nervos
até os músculos. Estes se contraem.
Você estende seu braco.
Parece uma acão livre...
mas cada parte desse processo...
é governada por leis físicas,
químicas, elétricas etc.
Parece que o Big Bang
causou as condicões iniciais...
e todo o resto
da História humana...
é a reação de partículas subatômicas
às leis básicas da física.
Nós achamos que somos especiais,
que temos alguma dignidade.
Isso agora está ameaçado.
Está sendo desafiado por este quadro.
Você pode dizer: "E quanto à mecânica
quântica? Conheço o bastante...
para saber que é uma
teoria probabilística.
É frouxa, não é determinista.
Permite entender o livre-arbítrio."
Mas, se olharmos detalhadamente,
isso não ajudará...
porque há as partículas quânticas
e o seu comportamento é aleatório.
Elas são meio transgressoras.
Seu comportamento é absurdo...
e imprevisível. Não podemos estudá-Io
com base no que ocorreu antes.
Ele tem um enquadre probabilístico.
Será a liberdade apenas
uma questão de probabilidade?
Aleatoriedade em um sistema caótico?
Eu prefiro ser uma engrenagem em
uma máquina física e determinista...
que uma transgressão aleatória.
Não podemos ignorar o problema. Temos
que incluir pessoas nesta perspectiva.
Não apenas corpos, mas pessoas.
Há a questão da liberdade...
espaço para escolha, responsabilidade
e para entender a individualidade.
Filme: Quem Somos Nós?
O materialismo moderno tira das pessoas a necessidade de se sentirem responsáveis, assim como a religião! Mas eu acho que se você levar a mecânica quântica a sério, verá que ela coloca a responsabilidade nas nossas mãos e não dá respostas claras e reconfortantes. Ela só diz que o mundo é muito grande e cheio de mistérios.
O mecanismo não é a resposta, mas não vou dizer qual é, pois vocês têm idade suficiente para tomarem suas decisões.
Por que continuamos recriando a mesma realidade?Por que continuamos tendo os mesmos relacionamentos? Por que continuamos tendo os mesmos empregos repetidamente? Nesse mar infinito de possibilidades que existem à nossa volta, por que continuamos recriando as mesmas realidades? Não é incrível existirem opções e potenciais que desconhecemos? É possível estarmos tão condicionados à nossa rotina, tão condicionados à forma como criam nossas vidas, que compramos a idéia de que não temos controle algum?
Fomos condicionados a crer que o mundo externo é mais real que o interno. Na ciência moderna é justamente o contrário. Ela diz que o que acontece dentro de nós é que vai criar o que acontece fora. Existe uma realidade física que é absolutamente sólida, mas só começa a existir quando colide com outro pedaço de realidade física. Esse outro pedaço pode ser a gente, claro que somos parte desse momento, mas não precisa necessariamente ser. Pode ser uma pedra que venha voando e interaja com toda essa bagunça, provocando um estado particular de existência.
Filósofos no passado diziam: "Se eu chutar uma pedra e machucar meu dedo, é real. Estou sentindo, é vívido." Quer dizer que é a realidade. Mas não passa de uma experiência, e é a percepção dessa pessoa do que é real.
Experimentos científicos nos mostram que se conectarmos o cérebro de um pessoa a computadores e scanners e pedirmos para olharem para determinados objetos, podemos ver que certas partes do cérebro sendo ativadas. Se pedirmos para fecharem os olhos e imaginarem o mesmo objeto, as mesmas áreas do cérebro se ativarão, como se estivessem vendo os objetos. Então os cientistas se perguntam: quem vê os objetos, o cérebro ou os olhos? O que é a realidade? É o que vemos com nosso cérebro? Ou é o que vemos com nossos olhos?A verdade é que o cérebro não sabe a diferença entre o que vê no ambiente e o que se lembra, pois os mesmos neurônios são ativados.
O mecanismo não é a resposta, mas não vou dizer qual é, pois vocês têm idade suficiente para tomarem suas decisões.
Por que continuamos recriando a mesma realidade?Por que continuamos tendo os mesmos relacionamentos? Por que continuamos tendo os mesmos empregos repetidamente? Nesse mar infinito de possibilidades que existem à nossa volta, por que continuamos recriando as mesmas realidades? Não é incrível existirem opções e potenciais que desconhecemos? É possível estarmos tão condicionados à nossa rotina, tão condicionados à forma como criam nossas vidas, que compramos a idéia de que não temos controle algum?
Fomos condicionados a crer que o mundo externo é mais real que o interno. Na ciência moderna é justamente o contrário. Ela diz que o que acontece dentro de nós é que vai criar o que acontece fora. Existe uma realidade física que é absolutamente sólida, mas só começa a existir quando colide com outro pedaço de realidade física. Esse outro pedaço pode ser a gente, claro que somos parte desse momento, mas não precisa necessariamente ser. Pode ser uma pedra que venha voando e interaja com toda essa bagunça, provocando um estado particular de existência.
Filósofos no passado diziam: "Se eu chutar uma pedra e machucar meu dedo, é real. Estou sentindo, é vívido." Quer dizer que é a realidade. Mas não passa de uma experiência, e é a percepção dessa pessoa do que é real.
Experimentos científicos nos mostram que se conectarmos o cérebro de um pessoa a computadores e scanners e pedirmos para olharem para determinados objetos, podemos ver que certas partes do cérebro sendo ativadas. Se pedirmos para fecharem os olhos e imaginarem o mesmo objeto, as mesmas áreas do cérebro se ativarão, como se estivessem vendo os objetos. Então os cientistas se perguntam: quem vê os objetos, o cérebro ou os olhos? O que é a realidade? É o que vemos com nosso cérebro? Ou é o que vemos com nossos olhos?A verdade é que o cérebro não sabe a diferença entre o que vê no ambiente e o que se lembra, pois os mesmos neurônios são ativados.
sábado, agosto 12, 2006
Visões: Bertolt Brecht e Schopenhauer
"Um homem pessimista
É tolerante.
Ele sabe deixar a fina cortesia desmanchar-se na língua
Quando um homem não espanca uma mulher
E o sacrifício de uma mulher que prepara café para
seu amado
Com pernas brancas sob a camisa -
Isto o comove.
Os remorsos de um homem que
Vendeu o amigo
Abalam-no, a ele que conhece a frieza do mundo
E como é sábio
Falar alto e convencido
No meio da noite."
"Se olharmos a vida em seus pequenos detalhes, tudo parece bem ridículo. É como uma gota d'água vista num microscópio, uma só gota cheia de protozoários. Achamos muita graça como eles se agitam e lutam tanto entre si. Aqui, no curto período de vida humana, essa atividade febril produz um efeito cômico "
É tolerante.
Ele sabe deixar a fina cortesia desmanchar-se na língua
Quando um homem não espanca uma mulher
E o sacrifício de uma mulher que prepara café para
seu amado
Com pernas brancas sob a camisa -
Isto o comove.
Os remorsos de um homem que
Vendeu o amigo
Abalam-no, a ele que conhece a frieza do mundo
E como é sábio
Falar alto e convencido
No meio da noite."
"Se olharmos a vida em seus pequenos detalhes, tudo parece bem ridículo. É como uma gota d'água vista num microscópio, uma só gota cheia de protozoários. Achamos muita graça como eles se agitam e lutam tanto entre si. Aqui, no curto período de vida humana, essa atividade febril produz um efeito cômico "
Una Canción Desesperada - Pablo Neruda
En mi cielo al crepúsculo eres como una nube
y tu color y forma son como yo los quiero.
Eres mía, eres mía, mujer de labios dulces,
y viven en tu vida mis infinitos sueños.
La lámpara de mi alma te sonrosa los pies,
el agrio vino mío es más dulce en tus labios :
oh segadora de mi canción de atardecer,
Cómo te sienten mía mis sueños solitarios !
Eres mía, eres mía, voy gritando en la brisa
de la tarde, y el viento arrastra mi voz viuda.
Cazadora del fondo de mis ojos, tu robo
estanca como el agua tu mirada nocturna.
En la red de mi música estás presa, amor mío,
y mis redes de música son anchas como el cielo.
Mi alma nace a la orilla de tus ojos de luto.
En tus ojos de luto comienza el país del sueño.
y tu color y forma son como yo los quiero.
Eres mía, eres mía, mujer de labios dulces,
y viven en tu vida mis infinitos sueños.
La lámpara de mi alma te sonrosa los pies,
el agrio vino mío es más dulce en tus labios :
oh segadora de mi canción de atardecer,
Cómo te sienten mía mis sueños solitarios !
Eres mía, eres mía, voy gritando en la brisa
de la tarde, y el viento arrastra mi voz viuda.
Cazadora del fondo de mis ojos, tu robo
estanca como el agua tu mirada nocturna.
En la red de mi música estás presa, amor mío,
y mis redes de música son anchas como el cielo.
Mi alma nace a la orilla de tus ojos de luto.
En tus ojos de luto comienza el país del sueño.
domingo, agosto 06, 2006
sábado, agosto 05, 2006
O Corvo - Edgar Allan Poe
Numa sombria madrugada, enquanto eu meditava, fraco e cansado, sobre um estranho e curioso volume de folclore esquecido; enquanto cochilava, já quase dormindo, de repente ouvi um ruído. O som de alguém levemente batendo, batendo na porta do meu quarto. "Uma visita," disse a mim mesmo, "está batendo na porta do meu quarto - É só isto e nada mais."
Ah, que eu bem disso me lembro, foi no triste mês de dezembro, e que cada distinta brasa ao morrer, lançava sua alma sobre o chão. Eu ansiava pela manhã. Buscava encontrar nos livros, em vão, o fim da minha dor - dor pela ausente Leonor - pela donzela radiante e rara que chamam os anjos de Leonor - cujo nome aqui não se ouvirá nunca mais.
E o sedoso, triste e incerto sussurro de cada cortina púrpura me emocionava - me enchia de um terror fantástico que eu nunca havia antes sentido. E buscando atenuar as batidas do meu coração, eu só repetia: "É apenas uma visita que pede entrada na porta do meu quarto - Uma visita tardia pede entrada na porta do meu quarto; - É só isto, só isto, e nada mais."
Mas depois minha alma ficou mais forte, e não mais hesitando falei: "Senhor", disse, "ou Senhora, vos imploro sincero vosso perdão. Mas o fato é que eu dormia, quando tão gentilmente chegastes batendo; e tão suavemente chegastes batendo, batendo na porta do meu quarto, que eu não estava certo de vos ter ouvido". Depois, abri a porta do quarto. Nada. Só havia noite e nada mais.
Encarei as profundezas daquelas trevas, e permaneci pensando, temendo, duvidando, sonhando sonhos mortal algum ousara antes sonhar. Mas o silêncio era inquebrável, e a paz era imóvel e profunda; e a única palavra dita foi a palavra sussurrada, "Leonor!". Fui eu quem a disse, e um eco murmurou de volta a palavra "Leonor!". Somente isto e nada mais.
De volta, ao quarto me volvendo, toda minh'alma dentro de mim ardendo, outra vez ouvi uma batida um pouco mais forte que a anterior. "Certamente," disse eu, "certamente tem alguma coisa na minha janela! Vamos ver o que está nela, para resolver este mistério. Possa meu coração parar por um instante, para que este mistério eu possa explorar. Deve ser o vento e nada mais!"
Abri toda a janela. E então, com uma piscadela, lá entrou esvoaçante um nobre Corvo dos santos dias de tempos ancestrais. Não pediu nenhuma licença; por nenhum minuto parou ou ficou; mas com jeito de lorde ou dama, pousou sobre a porta do meu quarto. Sobre um busto de Palas empoleirou-se sobre a porta do meu quarto. Pousou, sentou, e nada mais.
Depois essa ave negra, seduzindo meu triste semblante, acabou por me fazer sorrir, pelo sério e severo decoro da expressão por ela mostrada. "Embora seja raspada e aparada a tua crista," disse eu, "tu, covarde não és nada. Ó velho e macabro Corvo vagando pela orla das trevas! Dize-me qual é teu nobre nome na orla das trevas infernais!".
E o Corvo disse: "Nunca mais."
Muito eu admirei esta ave infausta por ouvir um discurso tão atenta, apesar de sua resposta de pouco sentido, que pouca relevância sustenta. Pois não podemos deixar de concordar, que ser humano algum vivente, fora alguma vez abençoado com a vista de uma ave sobre a porta do seu quarto; ave ou besta sobre um busto esculpido, sobre a porta do seu quarto, tendo um nome como "Nunca mais."
Mas o corvo, sentado sozinho no busto plácido, disse apenas aquela única palavra, como se naquela única palavra sua alma se derramasse. Depois, ele nada mais falou, nem uma pena ele moveu, até que eu pouco mais que murmurei: "Outros amigos têm me deixado. Amanhã ele irá me deixar, como minhas esperanças têm me deixado."
Então a ave disse "Nunca mais."
Impressionado pelo silêncio quebrado por resposta tão precisa, "Sem dúvida," disse eu, "o que ele diz são só palavras que guardou; que aprendeu de algum dono infeliz perseguido pela Desgraça sem perdão. Ela o seguiu com pressa e com tanta pressa até que sua canção ganhou um refrão; até ecoar os lamentos da sua Esperança que tinha como refrão a frase melancólica 'Nunca - nunca mais.' "
Mas o Corvo ainda seduzia minha alma triste e me fazia sorrir. Logo uma cadeira acolchoada empurrei diante de ave, busto e porta. Depois, deitado sobre o veludo que afundava, eu me entreguei a interligar fantasia a fantasia, pensando no que esta agourenta ave de outrora, no que esta hostil, infausta, horrenda, sinistra e agourenta ave de outrora quis dizer, ao gritar, "Nunca mais."
Concentrado me sentei para isto adivinhar, mas sem uma sílaba expressar à ave cujos olhos ígneos no centro do meu peito estavam a queimar. Isto e mais eu sentei a especular, com minha cabeça descansada a reclinar, no roxo forro de veludo da cadeira que a luz da lâmpada contemplava, mas cujo roxo forro de veludo que a lâmpada estava a contemplar ela não iria mais apertar, ah, nunca mais!
Então, me pareceu o ar ficar mais denso, perfumado por invisível incensário, agitado por Serafim cujas pegadas ressoavam no chão macio. "Maldito," eu gritei, "teu Deus te guiou e por estes anjos te enviou. Descansa! Descansa e apaga o pesar de tuas memórias de Leonor. Bebe, oh bebe este bom nepenthes e esquece a minha perdida Leonor!"
E o Corvo disse: "Nunca mais."
"Profeta!" disse eu, "coisa do mal! - profeta ainda, se ave ou diabo! - Tenhas sido enviado pelo Tentador, tenhas vindo com a tempestade; desolado porém indomável, nesta terra deserta encantado, neste lar pelo Horror assombrado, dize-me sincero, eu imploro. Há ou não - há ou não bálsamo em Gileade? - dize-me - dize-me, eu imploro!"
E o Corvo disse: "Nunca mais."
"Profeta!" disse eu, "coisa do mal! - profeta ainda, se ave ou diabo! Pelo Céu que sobre nós se inclina, pelo Deus que ambos adoramos, dize a esta alma de mágoa carregada que, antes do distante Éden, ela abraçará aquela santa donzela que os anjos chamam de Leonor; que abraçará aquela rara e radiante donzela que os anjos chamam Leonor."
E o Corvo disse: "Nunca mais."
"Que essa palavra nos aparte, ave ou inimiga!" eu gritei, levantando - "Volta para a tua tempestade e para a orla das trevas infernais! Não deixa pena alguma como lembrança dessa mentira que tua alma aqui falou! Deixa minha solidão inteira! - sai já desse busto sobre minha porta! Tira teu bico do meu coração, e tira tua sombra da minha porta!"
E o Corvo disse: "Nunca mais."
E o Corvo, sem sequer se bulir, se senta imóvel, se senta ainda, sobre o pálido busto de Palas que há sobre a porta do meu quarto. E seus olhos têm toda a dor dos olhos de um demônio que sonha; e a luz da lâmpada que o ilumina, projeta a sua sombra sobre o chão. E minh'alma, daquela sombra que jaz a flutuar no chão, levantar-se-á
- nunca mais!
Gravuras por Gustave Dorè
Ah, que eu bem disso me lembro, foi no triste mês de dezembro, e que cada distinta brasa ao morrer, lançava sua alma sobre o chão. Eu ansiava pela manhã. Buscava encontrar nos livros, em vão, o fim da minha dor - dor pela ausente Leonor - pela donzela radiante e rara que chamam os anjos de Leonor - cujo nome aqui não se ouvirá nunca mais.
E o sedoso, triste e incerto sussurro de cada cortina púrpura me emocionava - me enchia de um terror fantástico que eu nunca havia antes sentido. E buscando atenuar as batidas do meu coração, eu só repetia: "É apenas uma visita que pede entrada na porta do meu quarto - Uma visita tardia pede entrada na porta do meu quarto; - É só isto, só isto, e nada mais."
Mas depois minha alma ficou mais forte, e não mais hesitando falei: "Senhor", disse, "ou Senhora, vos imploro sincero vosso perdão. Mas o fato é que eu dormia, quando tão gentilmente chegastes batendo; e tão suavemente chegastes batendo, batendo na porta do meu quarto, que eu não estava certo de vos ter ouvido". Depois, abri a porta do quarto. Nada. Só havia noite e nada mais.
Encarei as profundezas daquelas trevas, e permaneci pensando, temendo, duvidando, sonhando sonhos mortal algum ousara antes sonhar. Mas o silêncio era inquebrável, e a paz era imóvel e profunda; e a única palavra dita foi a palavra sussurrada, "Leonor!". Fui eu quem a disse, e um eco murmurou de volta a palavra "Leonor!". Somente isto e nada mais.
De volta, ao quarto me volvendo, toda minh'alma dentro de mim ardendo, outra vez ouvi uma batida um pouco mais forte que a anterior. "Certamente," disse eu, "certamente tem alguma coisa na minha janela! Vamos ver o que está nela, para resolver este mistério. Possa meu coração parar por um instante, para que este mistério eu possa explorar. Deve ser o vento e nada mais!"
Abri toda a janela. E então, com uma piscadela, lá entrou esvoaçante um nobre Corvo dos santos dias de tempos ancestrais. Não pediu nenhuma licença; por nenhum minuto parou ou ficou; mas com jeito de lorde ou dama, pousou sobre a porta do meu quarto. Sobre um busto de Palas empoleirou-se sobre a porta do meu quarto. Pousou, sentou, e nada mais.
Depois essa ave negra, seduzindo meu triste semblante, acabou por me fazer sorrir, pelo sério e severo decoro da expressão por ela mostrada. "Embora seja raspada e aparada a tua crista," disse eu, "tu, covarde não és nada. Ó velho e macabro Corvo vagando pela orla das trevas! Dize-me qual é teu nobre nome na orla das trevas infernais!".
E o Corvo disse: "Nunca mais."
Muito eu admirei esta ave infausta por ouvir um discurso tão atenta, apesar de sua resposta de pouco sentido, que pouca relevância sustenta. Pois não podemos deixar de concordar, que ser humano algum vivente, fora alguma vez abençoado com a vista de uma ave sobre a porta do seu quarto; ave ou besta sobre um busto esculpido, sobre a porta do seu quarto, tendo um nome como "Nunca mais."
Mas o corvo, sentado sozinho no busto plácido, disse apenas aquela única palavra, como se naquela única palavra sua alma se derramasse. Depois, ele nada mais falou, nem uma pena ele moveu, até que eu pouco mais que murmurei: "Outros amigos têm me deixado. Amanhã ele irá me deixar, como minhas esperanças têm me deixado."
Então a ave disse "Nunca mais."
Impressionado pelo silêncio quebrado por resposta tão precisa, "Sem dúvida," disse eu, "o que ele diz são só palavras que guardou; que aprendeu de algum dono infeliz perseguido pela Desgraça sem perdão. Ela o seguiu com pressa e com tanta pressa até que sua canção ganhou um refrão; até ecoar os lamentos da sua Esperança que tinha como refrão a frase melancólica 'Nunca - nunca mais.' "
Mas o Corvo ainda seduzia minha alma triste e me fazia sorrir. Logo uma cadeira acolchoada empurrei diante de ave, busto e porta. Depois, deitado sobre o veludo que afundava, eu me entreguei a interligar fantasia a fantasia, pensando no que esta agourenta ave de outrora, no que esta hostil, infausta, horrenda, sinistra e agourenta ave de outrora quis dizer, ao gritar, "Nunca mais."
Concentrado me sentei para isto adivinhar, mas sem uma sílaba expressar à ave cujos olhos ígneos no centro do meu peito estavam a queimar. Isto e mais eu sentei a especular, com minha cabeça descansada a reclinar, no roxo forro de veludo da cadeira que a luz da lâmpada contemplava, mas cujo roxo forro de veludo que a lâmpada estava a contemplar ela não iria mais apertar, ah, nunca mais!
Então, me pareceu o ar ficar mais denso, perfumado por invisível incensário, agitado por Serafim cujas pegadas ressoavam no chão macio. "Maldito," eu gritei, "teu Deus te guiou e por estes anjos te enviou. Descansa! Descansa e apaga o pesar de tuas memórias de Leonor. Bebe, oh bebe este bom nepenthes e esquece a minha perdida Leonor!"
E o Corvo disse: "Nunca mais."
"Profeta!" disse eu, "coisa do mal! - profeta ainda, se ave ou diabo! - Tenhas sido enviado pelo Tentador, tenhas vindo com a tempestade; desolado porém indomável, nesta terra deserta encantado, neste lar pelo Horror assombrado, dize-me sincero, eu imploro. Há ou não - há ou não bálsamo em Gileade? - dize-me - dize-me, eu imploro!"
E o Corvo disse: "Nunca mais."
"Profeta!" disse eu, "coisa do mal! - profeta ainda, se ave ou diabo! Pelo Céu que sobre nós se inclina, pelo Deus que ambos adoramos, dize a esta alma de mágoa carregada que, antes do distante Éden, ela abraçará aquela santa donzela que os anjos chamam de Leonor; que abraçará aquela rara e radiante donzela que os anjos chamam Leonor."
E o Corvo disse: "Nunca mais."
"Que essa palavra nos aparte, ave ou inimiga!" eu gritei, levantando - "Volta para a tua tempestade e para a orla das trevas infernais! Não deixa pena alguma como lembrança dessa mentira que tua alma aqui falou! Deixa minha solidão inteira! - sai já desse busto sobre minha porta! Tira teu bico do meu coração, e tira tua sombra da minha porta!"
E o Corvo disse: "Nunca mais."
E o Corvo, sem sequer se bulir, se senta imóvel, se senta ainda, sobre o pálido busto de Palas que há sobre a porta do meu quarto. E seus olhos têm toda a dor dos olhos de um demônio que sonha; e a luz da lâmpada que o ilumina, projeta a sua sombra sobre o chão. E minh'alma, daquela sombra que jaz a flutuar no chão, levantar-se-á
- nunca mais!
Gravuras por Gustave Dorè
Flake - Jack Johnson
I know she said it's alright
you can make it up next time
I know she knows it's not right
There ain't no use in lying
Maybe she thinks I know something
Maybe maybe she thinks its fine
Maybe she knows something I don't
I'm so, I'm so tired, I'm so tired of trying
It seems to me that maybe
It pretty much always means no
So don't tell me you might just let it go
And often times we're lazy
It seems to stand in my way
Cause no one no not no one
Likes to be let downWell I know she loves the sunrise
No longer sees it with her sleeping eyes
And I know that when she said she's gonna try
Well it might not work because of other ties and
I know she usually has some other ties
And I wouldn't want to break 'em, nah, I wouldn't want to break 'em
Maybe she'll help me to untie this but
Until then well, I'm gonna have to lie to her
It seems to me that maybe
It pretty much always means no
So don't tell me you might just let it go
And often times we're lazy
It seems to stand in my way
Cause no one no not no one
Likes to be let downIt seems to me that maybe
It pretty much always means no
So don't tell me you might just let it go(Ben Solo's)
The harder that you try baby, the further you'll fall
Even with all your money in the whole wide world
Please please please don't pass me
Please please please don't pass me
Please please please don't pass me by
Everything you know about me now baby you gonna have to change
You goin to call it by a brand new name
Please please please don't drag me
Please please please don't drag me
Please please please don't drag me down
Just like your tree down by the water baby I shall not move
Even after all your silly things you do-oo
Please please please don't drag me
Please please please don't drag me
Please please please don't drag me down
(clique aqui e conheça a tradução)
you can make it up next time
I know she knows it's not right
There ain't no use in lying
Maybe she thinks I know something
Maybe maybe she thinks its fine
Maybe she knows something I don't
I'm so, I'm so tired, I'm so tired of trying
It seems to me that maybe
It pretty much always means no
So don't tell me you might just let it go
And often times we're lazy
It seems to stand in my way
Cause no one no not no one
Likes to be let downWell I know she loves the sunrise
No longer sees it with her sleeping eyes
And I know that when she said she's gonna try
Well it might not work because of other ties and
I know she usually has some other ties
And I wouldn't want to break 'em, nah, I wouldn't want to break 'em
Maybe she'll help me to untie this but
Until then well, I'm gonna have to lie to her
It seems to me that maybe
It pretty much always means no
So don't tell me you might just let it go
And often times we're lazy
It seems to stand in my way
Cause no one no not no one
Likes to be let downIt seems to me that maybe
It pretty much always means no
So don't tell me you might just let it go(Ben Solo's)
The harder that you try baby, the further you'll fall
Even with all your money in the whole wide world
Please please please don't pass me
Please please please don't pass me
Please please please don't pass me by
Everything you know about me now baby you gonna have to change
You goin to call it by a brand new name
Please please please don't drag me
Please please please don't drag me
Please please please don't drag me down
Just like your tree down by the water baby I shall not move
Even after all your silly things you do-oo
Please please please don't drag me
Please please please don't drag me
Please please please don't drag me down
(clique aqui e conheça a tradução)
No love, no glory, no hero in her sky
"Você só é outro por aquilo que você tem de diferente, isso é óbvio" - Sher
Conheça: http://www.eugostodegolfinhos.blogspot.com
Conheça: http://www.eugostodegolfinhos.blogspot.com
Waking Life
Não me sai da cabeça algo
que você me disse.
- Algo que eu disse?
- E.
Sobre a sensação de que você
observa a sua vida...
da perspectiva de uma velha
à beira da morte. Lembra?
Ainda me sinto assim, às vezes.
Como se visse minha vida
atrás de mim.
Como se minha vida desperta
fossem lembrancas.
Exatamente.
Ouvi dizer que Tim Leary,
quando estava morrendo, disse...
que olhava para seu corpo que estava
morto, mas seu cérebro estava vivo.
Aqueles 6 a 12 minutos de atividade
cerebral depois que tudo se apaga.
Um segundo nos sonhos é infinitamente
mais longo do que na vida desperta.
- Entende?
- Claro.
Tipo, eu acordo às 10:12h.
Então, eu volto a dormir...
e tenho sonhos longos, complexos, que
parecem durar horas. Aí eu acordo e...
são 10:13h.
Exato. Então aqueles 6 a 12 minutos
de atividade cerebral...
podem ser a sua vida inteira.
Você é aquela velha,
olhando para trás e vendo tudo.
Se eu sou, o que você seria nisso?
O que eu sou agora.
Quero dizer, talvez eu só
exista na sua mente.
Eu sou apenas tão real
quanto qualquer outra coisa.
Andei pensando sobre algo
que você disse.
Sobre reencarnação, e de onde todas
as novas almas vêm ao longo do tempo.
Todo mundo sempre...
diz ser a reencarnação de Cleópatra
ou de Alexandre, o Grande.
Não passam de bestas quadradas,
como todo mundo.
Quer dizer, é impossível.
A população mundial duplicou
nos últimos 40 anos.
Então, se você acredita nessa história
egóica de ter uma alma eterna...
há 50% de chance da sua alma
ter mais de 40 anos.
Para que ela tenha mais de 150 anos,
é uma chance em seis.
Está dizendo que reencarnação não
existe? Ou somos todos almas jovens?
Metade de nós é de humanos de
primeira viagem? O que você está...?
- Quero dizer...
- Aonde você quer chegar?
Eu acredito que a reencarnação
é uma expressão poética...
do que é a memória coletiva.
Eu li um artigo de um bioquímico,
não faz muito tempo.
Ele dizia que, quando um membro
de uma espécie nasce...
ele tem um bilhão de anos
de memória para usar.
É assim que herdamos
nossos instintos.
Eu gosto disso. É como se houvesse...
uma ordem telepática
da qual nós fazemos parte...
conscientes ou não.
Isso explicaria os saltos...
aparentemente espontâneos, universais
e inovadores na ciência e na arte.
Como os mesmos resultados surgindo
em toda a parte, independentemente.
Um cara num computador descobre
algo e, simultaneamente...
várias outras pessoas
descobrem a mesma coisa.
Houve um estudo em que isolaram
um grupo por um tempo...
e monitoraram suas habilidades
em fazer palavras cruzadas...
em relação à população
em geral.
Então, deram-lhes um jogo da véspera,
que as pessoas já tinham respondido.
A sua pontuação subiu dramaticamente.
Tipo 20%.
É como se, uma vez que as respostas
estão no ar, pudessem ser pescadas.
É como se estivéssemos partilhando
nossas experiências telepaticamente.
que você me disse.
- Algo que eu disse?
- E.
Sobre a sensação de que você
observa a sua vida...
da perspectiva de uma velha
à beira da morte. Lembra?
Ainda me sinto assim, às vezes.
Como se visse minha vida
atrás de mim.
Como se minha vida desperta
fossem lembrancas.
Exatamente.
Ouvi dizer que Tim Leary,
quando estava morrendo, disse...
que olhava para seu corpo que estava
morto, mas seu cérebro estava vivo.
Aqueles 6 a 12 minutos de atividade
cerebral depois que tudo se apaga.
Um segundo nos sonhos é infinitamente
mais longo do que na vida desperta.
- Entende?
- Claro.
Tipo, eu acordo às 10:12h.
Então, eu volto a dormir...
e tenho sonhos longos, complexos, que
parecem durar horas. Aí eu acordo e...
são 10:13h.
Exato. Então aqueles 6 a 12 minutos
de atividade cerebral...
podem ser a sua vida inteira.
Você é aquela velha,
olhando para trás e vendo tudo.
Se eu sou, o que você seria nisso?
O que eu sou agora.
Quero dizer, talvez eu só
exista na sua mente.
Eu sou apenas tão real
quanto qualquer outra coisa.
Andei pensando sobre algo
que você disse.
Sobre reencarnação, e de onde todas
as novas almas vêm ao longo do tempo.
Todo mundo sempre...
diz ser a reencarnação de Cleópatra
ou de Alexandre, o Grande.
Não passam de bestas quadradas,
como todo mundo.
Quer dizer, é impossível.
A população mundial duplicou
nos últimos 40 anos.
Então, se você acredita nessa história
egóica de ter uma alma eterna...
há 50% de chance da sua alma
ter mais de 40 anos.
Para que ela tenha mais de 150 anos,
é uma chance em seis.
Está dizendo que reencarnação não
existe? Ou somos todos almas jovens?
Metade de nós é de humanos de
primeira viagem? O que você está...?
- Quero dizer...
- Aonde você quer chegar?
Eu acredito que a reencarnação
é uma expressão poética...
do que é a memória coletiva.
Eu li um artigo de um bioquímico,
não faz muito tempo.
Ele dizia que, quando um membro
de uma espécie nasce...
ele tem um bilhão de anos
de memória para usar.
É assim que herdamos
nossos instintos.
Eu gosto disso. É como se houvesse...
uma ordem telepática
da qual nós fazemos parte...
conscientes ou não.
Isso explicaria os saltos...
aparentemente espontâneos, universais
e inovadores na ciência e na arte.
Como os mesmos resultados surgindo
em toda a parte, independentemente.
Um cara num computador descobre
algo e, simultaneamente...
várias outras pessoas
descobrem a mesma coisa.
Houve um estudo em que isolaram
um grupo por um tempo...
e monitoraram suas habilidades
em fazer palavras cruzadas...
em relação à população
em geral.
Então, deram-lhes um jogo da véspera,
que as pessoas já tinham respondido.
A sua pontuação subiu dramaticamente.
Tipo 20%.
É como se, uma vez que as respostas
estão no ar, pudessem ser pescadas.
É como se estivéssemos partilhando
nossas experiências telepaticamente.
De que modo a métrica embeleza - Nietzsche
"A métrica coloca um véu sobre a realidade; dá lugar a algum artifício de linguagem, alguma indesiçsão de pensamento; pela sombra que lança sobre as idéias, ora oculta, ora salienta.
Do mesmo modo que a sombra é necessária para embelezar, assim o 'obscuro' é necessário para dar mais clareza.
A arte torna surpotável o aspecto da vida, cobrindo-a com o véu do pensamento imperfeito."
sexta-feira, agosto 04, 2006
Memórias do subsolo - Fiódor Mikhálovitch Dostoiévski
Oh, se eu não fizesse nada unicamente por preguiça! Meu Deus, como eu me respeitaria então! Respeitar-me-ia justamente porque teria a capacidade de possuir em mim ao menos a preguiça; haveria, pelo menos, uma propriedade como que positiva, e da qual eu estaria certo. Pergunta: quem é? Resposta: um preguiçoso. Seria muito agradável ouvir isto a meu respeito. Significaria que fui definido positivamente; haveria o que dizer de mim. “Preguiçoso!” realmente é um título e uma nomeação, é uma carreira. Não brinqueis, é assim mesmo. Seria então, de direito, membro do primeiro dos clubes, e ocupar-me-ia apenas em me respeitar incessantemente. Conheci um cavalheiro que, a vida inteira, orgulhava-se com o fato de ser entendido em Laffitte. Ele considerava isso sua qualidade positiva e nunca duvidava de si. Morreu com a consciência não só tranqüila, mas triunfante até, e tinha toda a razão. E eu poderia, neste caso, escolher uma carreira para mim: seria preguiçoso e comilão, não do tipo comum, mas, por exemplo, dos que comungam com tudo o que é belo e sublime. Que tal? Há muito que isto me vem à mente. Este “belo e sublime” apertou-me com força a base do crânio aos quarenta anos; sim, foi aos quarenta, mas agora, oh, agora seria diferente! Imediatamente eu encontraria também o setor correspondente de atividade, ou, para ser mais exato: beber à saúde de tudo o que é belo e sublime. Eu me agarraria a toda oportunidade para, em primeiro lugar, verter uma lágrima na minha taça e, a seguir, esvaziá-la em intenção de tudo o que fosse belo e sublime; haveria de encontrar este belo e sublime até na mais ignóbil, na mais indiscutível das porcarias, e transformaria em belo e sublime tudo o que existisse no mundo. Tornar-me-ia lacrimejante como uma esponja molhada. Um pintor, por exemplo, pinta um quadro de Gué. Imediatamente, eu beberia à saúde do pintor que realizou o quadro de Gué, porque amo o que é belo e sublime. Um autor escreve “como apraz a cada um”; imediatamente eu beberia à saúde de “cada um”, porque amo tudo o que é “belo e sublime”. E exigiria por isto respeito a mim mesmo, e perseguiria quem não me tributasse este respeito. Vive-se com tranqüilidade, morre-se solenemente... É o encanto, um verdadeiro encanto! E eu criaria então um tal barrigão, armaria um tal queixo tríplice, elaboraria um tal nariz de sândalo que todo transeunte diria, olhando para mim: “Este é que é um figurão! Isto é que é verdadeiro e positivo!”. Seja o que quiserdes, mas é agradabilíssimo ouvir opiniões assim em nosso século de negação, meus senhores.
¡Recuerdos a mi corazón!
terça-feira, agosto 01, 2006
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