quinta-feira, janeiro 20, 2005

O HOMICIDA SUICIDA

No jantar de premiação anual de ciências forenses, em 1994, o Dr. Don
Harper Mills, impressionou o público com as complicações legais de
uma morte bizarra. Aqui está a história:

Em 23 de março de 1994, o médico legista examinou o corpo de Ronald Opus e
concluiu que a causa da morte fora um tiro de espingarda na cabeça.

O Sr. Opus pulara do alto de um prédio de 10 andares, pretendendo se
suicidar. Ele deixou uma nota de suicídio confirmando sua intenção. Mas,
quando estava caindo, passando pelo nono andar, Opus foi atingido por um
tiro de espingarda na cabeça, que o matou instantaneamente.

O que Opus não sabia era que uma rede de segurança havia sido instalada um
pouco abaixo, na altura do oitavo andar, a fim de proteger alguns
trabalhadores. Portanto, Ronald Opus não teria sido capaz de consumar seu
suicídio como pretendia.

"Normalmente," continuou o Dr. Mills "quando uma pessoa inicia um ato de
suicídio e consegue se matar, sua morte é considerada suicídio, mesmo que o
mecanismo final da morte não tenha sido o desejado. Mas o fato de Opus ter
sido morto em plena queda, no meio de um suicídio que não teria dado certo
por causa da rede de segurança, transformou o caso em homicídio."

O quarto do nono andar, de onde partiu o tiro assassino, era ocupado por um
casal de velhos. Eles estavam discutindo em altos gritos e o marido
ameaçava a esposa com uma espingarda. O homem estava tão furioso que, ao
apertar o gatilho, o tiro errou completamente sua esposa, atravessando a
janela e atingindo o corpo que caía. Quando alguém tenta matar a vítima "A"
mas acidentalmente mata a vítima "B", esse alguém é culpado pelo homicídio
de "B".

Quando acusados de assassinato, tanto o marido quanto a esposa foram
enfáticos, ao afirmar que a espingarda deveria estar descarregada. O velho
disse que ele tinha o hábito de costumeiramente ameaçar sua esposa com a
espingarda descarregada durante suas discussões. Ele jamais tivera a
intenção de matá-la. Portanto, o assassinato de Opus parecia ter sido
um acidente. Quer dizer, ambos achavam que a arma estava descarregada,
portanto a culpa seria de quem carregara a arma.

A investigação descobriu uma testemunha que vira o filho do casal carregar
a espingarda um mês antes. Foi descoberto que a senhora havia cortado a
mesada do filho e ele, sabendo das brigas constantes de seus pais,
carregara a espingarda na esperança que seu pai matasse sua mãe. O caso
passa a ser portanto do assassinato de Opus pelo filho do casal.

Agora vem a reviravolta surpreendente. As investigações descobriram que o
filho do casal era, na verdade, Ronald Opus. Ele encontrava-se frustrado
por não ter até então conseguido matar sua mãe. Por isso, em 23 de março,
ele se atirou do décimo andar do prédio onde morava, vindo a ser morto por
um tiro de espingarda quando passava pela janela do nono andar.

Ronald Opus havia efetivamente assassinado a si mesmo e, por isso, a polícia
encerrou o caso como suicídio.

Coincidência ou Sincronicidade?

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