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Também me lembro da senhora que trabalhava em casa, a Anésia. Minha mãe dizia "Vá chamar a Anésia", e eu entendia "Vá chamar a Nésia". Pra mim era este o seu nome.
"Berne" era só uma maneira de brincar com a palavra verme. "Sarna", era sarda de cachorro ou sauna de caipira. E só conhecia o óbvio lulante.
Neurastênico era algo que não deveria ser repetido porque tinha cara de palavra inventada pelos meus pais, e ninguém entenderia. Fiquei neurastênica quando tive que tomar uma benzetacil horrível, naquela seringa verde. Ou melhor, uma BZ, tá Sil...
Eu pensava que comia sufrê, e não "suflê". Não que eu saísse por aí repetindo estas minhas alucinações, mas lá no fundo, tinha certeza que todos falavam um péssimo português.
Mas o mais nojento era o tal "galinho", aquela coisa durinha e branca que tem na clara do ovo. Eu pensava que era um pintinho em formação. Nem sei se é galinho o nome, mas é assim que o lembro. Além do mais, isso já não era problema de português. Nossos pais deviam sentir o mesmo nojo quando tinham que recolher pedaços de geleca pela casa. Galinho é bem pior, vai...
3 comentários:
Excelente. Patrabéns pelo texto.
Excelente. Patrabéns pelo texto.
Excelente. Patrabéns pelo texto.
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