terça-feira, abril 17, 2007

O futuro chegou - Silvia Curiati

Sempre me lembro do dia em que, com 7 aninhos de idade, minha amiguinha Vanessa e eu fizemos apostas de quando começaríamos a usar caneta para escrever nos cadernos Caderflex da escola. Em seguida, falamos do futuro mais distante. Fizemos as contas e chegamos à conclusão de que no ano 2000 deveríamos estar casadas, depois de ter passado o Reveillon do milênio no Rio de Janeiro. Talvez, um ou dois anos antes, teríamos feito uma super viagem de carro pelo mundo. E tais carros voariam, claro.

O futuro me decepcionou um pouco, confesso. Esperava realmente ver carros voadores, tele-transporte, gente ficando invisível e quadros como os de Daniel Azulay, que se revelam à pincelada do artista. Esperava ter feito a viagem de carro alado pelo mundo, mas por outro lado, fico feliz por não estar casada, com filhos, etc. e tal.

Por estas e outras, é complicado falar do futuro da humanidade quando cada vez mais somos surpreendidos por aberrações. Transgênicos, clones, malucos, mulheres sendo inseminadas por girinos, homens-mutantes que se transformam em répteis. É impossível saber o que vem depois, é difícil imaginar o que nos espera. Diziam que não teríamos mais água suficiente para suportar a superpopulação, por exemplo. E que os ETs estariam entre nós, as baratas seriam superdesenvolvidas e imortais, e quiçá transformariam-se em escritores de renome.

É fato, há ETs entre nós e as baratas estão cada dia mais cascudas e difíceis de morrer. E na boa, com esta expectativa, a humanidade está perdida mesmo, como já dizia minha vovó...

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