Como é comum nas originais composições dos hermanos compositores, em O Velho e o Moço, faixa oito do CD Ventura, Amarante faz uma espécie de diálogo. Na verdade, primeiro fala um, o velho, e depois o moço. O mais interessante é a maneira simétrica como foi construída. Cada fala do moço casa com uma fala do velho.
Primeiro, fala O Velho:
1 Deixo tudo assim.
Não me importo em ver a idade em mim,
ouço o que convém. Eu gosto é do gasto.
2 Sei do incômodo e ela tem razão
quando vem dizer que eu preciso sim
de todo o cuidado.
O incômodo dito é aquela coisa de ser velho e ser um transtorno pra família... "Ela", que tem a razão, poderia ser por exemplo a filha zelosa.
Aí vem a indagação: - eu poderia ter pensado melhor nas minhas escolhas?
3 E se eu fosse o primeiro a voltar
pra mudar o que eu fiz,
quem então agora eu seria?
E a "constatação":
4 Tanto faz que o que não foi não é.
Eu sei que ainda vou voltar... mas eu quem será?
Agora, fala O Moço:
1 Deixo tudo assim, não me acanho em ver
vaidade em mim. Eu digo o que condiz.
Eu gosto é do estrago.
2 Sei do escândalo e eles têm razão
quando vêm dizer que eu não sei medir
nem tempo e nem medo.
O jovem, por sua vez, causa escândalo, e é mais desmedido, mais inconsequente.
A indagação, portanto, é outra: - adianta escolher muito se eu não sei no que vai dar?
3 E se eu for o primeiro a prever
e poder desistir do que for dar errado?
Ainda o moço:
Ah, ora, se não sou eu quem mais vai decidir o que é bom pra mim?
Dispenso a previsão!
E o velho novamente:
Ah, se o que eu sou é também
o que eu escolhi ser, aceito a condição.
Essa pelo menos é a interpretação mais aceitável que vi da música. Há quem diga que não são duas pessoas, mas a mesma, antes e depois (ou melhor, depois e antes). A idéia, de qualquer forma, é a mesma.
E a música se encerra assim:
Vou levando assim
que o acaso é amigo do meu coração
quando fala comigo, quando eu sei ouvir...
Ou seja, esteja atento ao que diz seu coração, e siga-o. É a melhor escolha que tem a fazer, já que nunca saberemos no que vai dar antes, e não poderemos mudar depois.
Primeiro, fala O Velho:
1 Deixo tudo assim.
Não me importo em ver a idade em mim,
ouço o que convém. Eu gosto é do gasto.
2 Sei do incômodo e ela tem razão
quando vem dizer que eu preciso sim
de todo o cuidado.
O incômodo dito é aquela coisa de ser velho e ser um transtorno pra família... "Ela", que tem a razão, poderia ser por exemplo a filha zelosa.
Aí vem a indagação: - eu poderia ter pensado melhor nas minhas escolhas?
3 E se eu fosse o primeiro a voltar
pra mudar o que eu fiz,
quem então agora eu seria?
E a "constatação":
4 Tanto faz que o que não foi não é.
Eu sei que ainda vou voltar... mas eu quem será?
Agora, fala O Moço:
1 Deixo tudo assim, não me acanho em ver
vaidade em mim. Eu digo o que condiz.
Eu gosto é do estrago.
2 Sei do escândalo e eles têm razão
quando vêm dizer que eu não sei medir
nem tempo e nem medo.
O jovem, por sua vez, causa escândalo, e é mais desmedido, mais inconsequente.
A indagação, portanto, é outra: - adianta escolher muito se eu não sei no que vai dar?
3 E se eu for o primeiro a prever
e poder desistir do que for dar errado?
Ainda o moço:
Ah, ora, se não sou eu quem mais vai decidir o que é bom pra mim?
Dispenso a previsão!
E o velho novamente:
Ah, se o que eu sou é também
o que eu escolhi ser, aceito a condição.
Essa pelo menos é a interpretação mais aceitável que vi da música. Há quem diga que não são duas pessoas, mas a mesma, antes e depois (ou melhor, depois e antes). A idéia, de qualquer forma, é a mesma.
E a música se encerra assim:
Vou levando assim
que o acaso é amigo do meu coração
quando fala comigo, quando eu sei ouvir...
Ou seja, esteja atento ao que diz seu coração, e siga-o. É a melhor escolha que tem a fazer, já que nunca saberemos no que vai dar antes, e não poderemos mudar depois.
Um comentário:
Sua interpretação?
Preciso nem comentar :-)
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