156 MILHÕES
O maior assalto do Brasil
O que está sendo considerado o maior furto da história do País - o segundo do mundo - ocorreu no último fim de semana, no Banco Central do Brasil, situado na Avenida Heráclito Graça, entre a Avenida Dom Manuel e a Rua Rodrigues Júnior, no Centro de Fortaleza. Segundo estimativa inicial, foram levados da casa-forte do banco R$ 156 milhões em notas já usadas de R$ 50,00 - que estavam distribuídas em pacotes de mil cédulas cada um. A ação dos bandidos que arrombaram o cofre foi cinematográfica: um túnel de aproximadamente 80 metros foi cavada a partir do quintal de uma casa, atravessou o quarteirão, passou por baixo de uma das mais movimentadas avenidas da Capital e chegou ao piso da casa-forte do BC.O crime - que parece perfeito até agora - foi descoberto às oito horas de ontem, quando os primeiros funcionários do Nucir (Núcleo de Circulação) - onde fica situado o cofre - chegaram para trabalhar e encontraram o túnel. A saída do túnel ficava atrás de um contêiner, o que dificultou o acionamento de alarmes e sensores de segurança. “Temos sensores de movimento, barulho, peso, fumaça, de tudo! A casa-forte é toda cercada de segurança, câmeras, alarmes. Realmente não dá para entender”, dizia um funcionário que já trabalhou no setor de segurança do BC, estupefato com a ação criminosa. PROCURA - A partir da comunicação feita à Polícia Federal, uma verdadeira ‘caça’ ao início do túnel começou. Eram mais de dez horas quando agentes e delegados da PF percorriam todo o quarteirão, procuravam nas casas e lojas próximas do banco, subiam muros, andavam sobre telhados, vistoriavam até entradas de esgoto nas calçadas. O que não esperavam era que o começo do túnel estivesse no outro quarteirão, na casa de número 1071 da Rua 25 de Março, no Centro da cidade, onde ficava uma empresa de fachada de ‘Grama Sintética’. O local fica a apenas cinco quarteirões da sede da Superintendência da Polícia Civil e cerca de sete do 5º BPM, onde está localizado o Comando de Policiamento da Capital (CPC). A descoberta se deu quando um dos agentes conseguiu atravessar - com dificuldade - toda a extensão do túnel. “São cerca de 100 metros de comprimento, só cabe um homem, agachado. Tem partes dele que só se passa deitado, praticamente”, disse outro agente.PERÍCIA - A partir do encontro do início do túnel, um detalhado trabalho pericial começou a acontecer naquela casa. Sete peritos da PF entraram no local, munidos de equipamentos para coleta de dados - inclusive de impressões digitais - e registravam tudo o que encontravam pela frente. Vários objetos foram coletados naquela residência, inclusive roupas. Até mesmo pegadas de botas verificadas na parte da garagem da casa foram fotografadas.Em nota divulgada ainda ontem de manhã, o Banco Central afirmou que o valor levado ainda não foi apurado. “Foram violados cinco contêineres, que guardavam cédulas de R$ 50,00. As notas haviam sido recolhidas pela rede bancária e teriam seu estado de conservação analisado pelo Departamento do Meio Circulante. Após a análise, parte das cédulas seria encaminhada de volta ao sistema financeiro e parte, seria incinerada”, dizia um trecho da nota.Durante toda a tarde e noite de ontem, equipes das polícias Federal, Rodoviária Federal, Civil e Militar, estavam concentradas nas investigações no sentido de identificar e prender os integrantes do bando. Apesar de todos os esforços, até o fechamento desta edição não havia sido efetuada nenhuma prisão. Somente uma parte do material usado nas escavações foi apreendida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário