quarta-feira, maio 11, 2005
Filosofia do Budô
Em um país atormentado durante muito tempo por guerras e conflitos, os samurais desenvolveram um rigoroso código ético não-escrito, conhecido como bushido, que fornecia parâmetros para se viver e morrer com dignidade. Hoje em dia, em um Japão mais seguro, este código de conduta desenvolveu-se para uma filosofia de vida, o Budo.As filosofias do budo, foram escritas por famosos Kendo-kas e mestres zen tais como Miyamoto Musashi, Yagyu Munenori, Sekishusai, Soho Takuan e muitos outros, a cerca de 500 anos atrás. Budo pode ser traduzido como caminho das artes marciais, bu significa "marcial" ou "militar" e do "caminho". Todas as artes marciais japonesas são chamadas de budo, quando estas possuem conotação filosófica. Na idade média (Sengoku-gidai), principalmente em seu crepúsculo, surgiram grandes gênios da luta. Através das experiências vividas, eles se preocupavam em manter, mesmo em época de paz, o Ken-no-kokoro, o espírito da esgrima, considerado o alicerce do bushido (caminho do samurai), o qual desenvolveu-se em conjunto para a formação humana com ken (espada). O homem não consegue viver em sociedade usando somente sua força animal ou instinto. Surgiu então um apoio mental, recorrendo-se à pratica do zen (método que dá equilíbrio mental). O Kendo chegou a um alto nível de perfeição, pois "ken-no-miti", o caminho da esgrima, é a meta de formação do samurai, favorecendo inclusive na era Tokugawa, o controle e o aprimoramento ao máximo da força mental e das técnicas. As lutas de Kendo permitiram enfrentar adversários fisicamente maiores com possibilidades de vence-los, impondo a paz e a disciplina, mostrando assim que já naquela época, os nobres procuravam aprimorar a mente e o corpo. Em resumo, deve-se a pratica do budo, a tarefa de contribuir na evolução do homem, ajudando-o a enfrentar e encarar a realidade com energia e coragem. A meta é descobrir o caminho de cada ser humano dentro das suas limitações e possibilidades. O homem, em sua evolução física e espiritual passa pelo estágio primário, secundário, atingindo um nível superior. Esta busca de perfeição deve ser o caminho da vida, que a cada dia se aprimora. Esta escolha do caminho permite ao homem viver, sentir, perceber, aperfeiçoar-se, enriquecendo-se até a morte. A percepção atua, de acordo com o grau de sensibilidade, por meio dos órgãos dos sentidos, levando a diferentes reações e comportamentos. Além desses valores perceptivos, existe a riqueza espiritual que se manifesta pelo grau de emoções, satisfações e podem conduzir a verdadeira felicidade. Esta energia espiritual pode levar a um magnetismo favorável na personalidade e à formação de um alto grau de cultura do homem. O instrumento para o caminho da vida é a técnica que dá ânimo, motivação e estímulo. Para, utiliza-la, o homem aperfeiçoa sua habilidade e seu talento mantendo um bom controle do físico e da mente. Aqui, talvez esteja o verdadeiro caminho da vida.
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