segunda-feira, abril 10, 2006

O Unicórnio Azul - Bruno Braga

Não sabia mais onde procurar. Passara o dia inteiro procurando seu unicórnio azul. Não podia acreditar que o havia perdido. Era tudo que tinha aquele unicórnio. Nunca tinha tido um amigo daquele. Contava tudo para ele, seus segredos, suas tristezas, suas angústias. E o unicórnio sempre o ouvia com toda a atenção do mundo. Sempre disposto a ajudar, no que fosse preciso.
Gritava por ele, desesperado. Lembrou dos bons momentos que tiveram juntos. Das longas caminhadas pelos gramados, nos fins de tarde para ver o pôr-do-sol embaixo daquela árvore onde gravaram seus nomes. Quantas risadas deram embaixo daquela árvore. Não entendia como tinha perdido seu amigo. Simplesmente havia sumido, sem deixar rastro nenhum, apenas algumas flores em cima da cama. Perguntou para as flores onde estava o seu unicórnio azul, mas elas não disseram, permaneceram mudas, fiéis ao segredo que lhes havia sido confiado. E como eram lindas, as flores. Eram de um vermelho vivo, ficando amareladas no centro. Lindas e mudas.
Sentiu-se só. Tudo o que tinha era aquele unicórnio. Era seu companheiro, sua outra metade. E o havia perdido. Seria capaz de pagar qualquer preço por alguma informação que o levasse a encontrar seu unicórnio azul. Continuava a procurar, mas quanto mais procurava, menos esperança tinha de encontrá-lo. Lembrou de quando se conheceram. Conversaram por horas. Havia um pouco de amor e um pouco de verdade naquela amizade que começava. Com o seu chifre de cor azul anil, o unicórnio pescou uma música e ofereceu a ele. Nunca esqueceria aquele momento. Era, sem dúvida, o que mais gostava em seu unicórnio, sua capacidade de compartilhar as maravilhas que encontrava. Trazia paz e alegria para sua vida e, agora, o havia perdido.
Só o que tinha na vida era seu unicórnio azul. Mesmo que tivesse dois, sabia que só iria querer aquele. Nenhum outro seria como ele. Chegou à árvore onde haviam gravado seus nomes e sentou-se. O sol se pôs. Entendeu que tudo tem seu tempo. As coisas passam, o sol se põe, e um novo dia começa. Abraçou as pernas e chorou. Havia perdido seu unicórnio azul.


Baseado na música ‘Unicórnio’, de Silvio Rodriguez

5 comentários:

Anônimo disse...

Hi! Just want to say what a nice site. Bye, see you soon.
»

Anônimo disse...

I say briefly: Best! Useful information. Good job guys.
»

Anônimo disse...

Hi! Just want to say what a nice site. Bye, see you soon.
»

Anônimo disse...

Hey what a great site keep up the work its excellent.
»

Anônimo disse...

Nice colors. Keep up the good work. thnx!
»