segunda-feira, outubro 31, 2005

Nascer - por Liannara Patrícia Castro Duarte

nas.cer v.int (lat vulg * nascere, por nasci) 1. Começar a ter vida exterior; vir à luz, sair do ovo ou do ventre materno.v.t.i 2. Vir por geração; descender: V.t.i 3. Proceder, provir, derivar: 4. Vir ao mundo com certas qualidades especiais. V.t.i 5. Ser fadado a; ter vocação ou aptidão para. 6. Brotar da terra; germinar: v.int 7. Apontar, romper. V.t.i 8. Ter começo ou origem v.int 9. Começar a surgir, aparentemente, no horizonte. 10. Gerar-se, ser inventado; surgir. V.t.i 11. Aparecer, formar-se .

Delicioso som... Nascer.Ainda ontem eu vi o sol, pela manhã mansamente iluminado horizontes. Os raios de luz refletidos nas gotas de orvalho, os pássaros voando e sentido o seu calor. Com os meus pés afogados em luz lembrei que nascer é mais que a criação dos corpos existenciais superiores do SER.
A vida surgiu no planeta há mais ou menos 3,5 bilhões de anos. A vida nasceu. Uma pintura nasce com tintas. O homem de uma mulher. Um bicho de uma fêmea, de um ovo. O primeiro acorde da canção nasce. Um sentimento nasce. Uma planta nasce. Nascem as idéias, talvez um parto difícil, de fugir do cartesiano. Nascem os vícios. Nascem os medos.
Nascer angustia e renova as esperanças. Palavra carregada de simbologia. Afrodite com seu encanto pérfido faz nascer os desejos inquietos, não foi esse seu presente a Pandora?
O sol nasce pela manhã [não sabe até quando]. Melhor aproveitar enquanto ele vem todo o dia, mesmo que se esconda no céu de chumbo...

sábado, outubro 29, 2005

Yoda, o mestre... do break

(no título clique e Yoda assistirá diferente)

quinta-feira, outubro 27, 2005

Jogo: Snowboard


(clique no título e desça a montanha)

Los Hermanos orquestrado

(clique no título e ouça uma versão orquestrada de "Último Romance", arranjada por Guga Brandão)

quarta-feira, outubro 26, 2005

Menina de olhos grandes - Por Anderson Pinheiro

As pessoas no ônibus não falam nada. Respiram, e só. As pessoas no ônibus não se movem além do chacoalhar de seus corpos no ritmo do motor. Todos sentados, por favor. Não quero ninguém xingando o cobrador. A menina de olhos grandes quer saber quanto vai pagar, mas não sabe aonde quer chegar. Saiu de casa por umas horas porque havia brigado com a mãe. Não fez a comida nem lavou a roupa. Como ele sabe de tudo isso? É apenas um passageiro, não é não? Sou. É que sou metido a onisciente, então vê se te cala e lê o conto.
As pessoas no ônibus - odeio quando ela me interrompe, me forçando botar um oblíquo depois da vírgula e começar tudo de novo. As pessoas no ônibus, as que não falam, espantam-se com seus reflexos na vidraça das janelas por causa da luz de dentro, formando espelhos e revelando verdades das quais elas se escondem, por isso não falam. Nem riem, ave-maria.
Ela me viu. Também, com esse olhão, até eu enxergaria um pólen dentro desse ônibus. Vai ver foi porque pensei alto demais, ou ela é médium. Tá até na moda essas coisas por aqui. Ela senta do meu lado antes que eu ponha os cadernos no assento. Traz na mão um livro de simpatias. Diz que vai fazer uma pra conquistar o Haroldo da rua de trás. Eu apenas observo, de rabo de olho, aquela boca que não pára de falar nos meninos de pêlos desenvolvidos e nas amigas que contam experiências com meninos de pêlos aparados. Essa menina é uma tarada, penso. Ela também escuta. Sou mesmo, respondeu ela em voz alta ao meu inapropriado pensamento. Droga, ela é mesmo metida nas magias. O que vou fazer agora?
Tento pensar outra vez nas pessoas que não falam, nos espelhos das janelas, na luz do ônibus, na escuridão da rua ou no cheiro de peixe que em do rio - que é pra ver se ela esquece o que eu disse.
Você sabia que eu sou quase uma sereia, moço? Talvez seja no meu cheiro que o Sr. Esteja pensando. A gente bem que podia descer nesse ponto e ir nadar no rio. Tá tão calor, o Sr. não acha? Meu pai é pescador e minha mãe fica na sombra do pé-de-amêndoa remendando as redes que ele traz todo dia. Acho que foi assim que eles conseguiram me pegar. Ele sempre sai à noite pra pescar e só volta no outro dia de manhãzinha. Numa dessas, ele apareceu comigo nos braços. Mandou a mamãe preparar um café e um berço.
As pessoas no ônibus não falam. Os espelhos, o motor, o chacoalhar. Não xingar o cobrador. O ponto de ônibus, sobe um e desce outro. Ainda não falam. E essa menina que não pára de falar e fica curiando o que eu penso, meu Deus!
Calma, moço. O Sr. tá muito nervoso, tá até suando. Como é mesmo o seu nome? Deixa eu ver... já sei, o Sr. tem cara de Aliomar. Isso, Aliomar. Mar. A vida tem dessas rimas bestas mesmo. Olha, olha pra mim Aliomar. Parece até que ta com medo de ver a saia de pregas sobre as minhas pernas. Eu até tenho um sinal bem aqui ó, o Sr. quer ver?
Não, não minha filha. Não precisa mostrar nada não minha filha. Você já sabe mesmo no que eu vou pensar, não é? Não mostre nada não.
Sei, sei sim. O Sr. quer me comer, mas não vai. Sou quase sereia, por isso tenho muitas espinhas e o Sr. pode se engasgar.
A menina levantou, pediu parada e desceu, indo molhar os pés no rio, perto da ponte. O motor continua na sua labuta. Meu suor que antes surgia feito lava, parou de ebulir. Volto aos meus pensamentos normais. As pessoas no ônibus não falam, nem riem. Seguem, trêmulas, seus destinos.

A arte de Rembrandt Harmenszoon van Rijn





Tempo - por Liannara Patrícia Castro Duarte


tem.po s. m. (do Lat. Tempus) 1. Duração limitada, por oposição à idéia de eternidade; 2. Período 3. Época 4. Sucessão de anos, dias, horas, momentos, que envolve, para o homem, a noção de presente, passado e futuro 5. Meio indefinido onde se desenrolam, irreversivelmente, as existências na sua mutação, os acontecimentos e os fenômenos na sua sucessão 6. Certo período determinado em que decorre um fato ou vive uma personagem 7. Oportunidade 8. Ensejo 9. Estação ou ocasião própria 10. Prazo 11. Duração 12. Estado atmosférico.


Olhando as mulheres grávidas, os casais nos bancos de praça, no céu o sol sempre tão amarelo em meio ao azul de nuvens brancas onde os pássaros voam. As buzinas nervosas no trânsito, o rapaz que vendia picolé, as crianças saindo da escola e comprando seus churros, os adolescentes fazendo barulho por nada. Pegou o ônibus lotado e ouviu atentamente as conversas sobre dívidas, lições de casa, o fim do namoro da menina, a prova da universidade, sobre a Maria que casou já prenha, a fulana que abortou, do assalto do amigo da amiga da prima do amigo na esquina da casa da avó da namorada do vizinho da tia.

Viu a lua despontar no céu que escureceu e as luzes dos postes acenderem. Sentiu o odor dos trabalhadores que voltavam para casa. Reconhecendo-se em cada rosto, história e cheiro. Chegou ao seu destino, caminhou quatro quarteirões, passou pelos bares onde os senhores bebiam esperando dar a hora do jantar, pelas senhoras que fofocavam nas calçadas e pelos pequenos correndo descalços pelo asfalto ainda quente empurrando suas bicicletas. O elevador em manutenção. Subiu as escadas até o sexto andar, bateu no 601 para pegar a chave do 604, abriu a porta, foi a cozinha, bebeu água, tudo normal. Alguém chegou perguntando o que havia para o jantar, mas uma voz sussurrou na sua cabeça.

Correu para o quarto e desabotoou o vestido que escorreu pelo corpo até deixá-o nu. Na pele gravadas as tatuagens invisíveis algumas doloridas outras coloridas e lindas. Ficou frente ao espelho, passando a mão pelo pescoço, acariciando os seios, admirando suas marcas.

Ele entrou no quarto:
— Amor, deixa o jantar para depois...

segunda-feira, outubro 24, 2005

Nerds. Que mundo é esse?


(clique no título e assista a um cachorro-repórter sacanear com a cara de fãs nerds de Star Wars. Necessário inglês ou espanhol)

Jogo: Estilo Tetris

(clique no título e perca muito tempo encaixando peças coloridas)

Os últimos dias da Bruna Surfistinha


(clique no título e acompanhe os últimos dias dessa garota de programa que saiu de casa pra viver sua própria vida)

domingo, outubro 23, 2005

Criando Memórias Falsas - Elizabeth F. Loftus

"Em 1986 Nadean Cool, uma ajudante de enfermagem em Wisconsin, procurou ajuda terapêutica de um psiquiatra para auxiliá-la a superar um evento traumático experimentado pela sua filha. Durante a terapia, o psiquiatra usou hipnose e outras técnicas sugestivas para trazer à tona recordações de abuso que Cool supostamente teria experimentado. No processo, Cool foi convencida de que tinha memórias reprimidas de ter estado em um culto satânico, de comer os bebês, de ser estuprada, de ter sexo com animais e de ser forçada a assistir o assassinato da sua amiga de oito anos. Ela chegou a acreditar que teve mais de 120 personalidades – crianças, adultos, anjos e até mesmo um pato – tudo isso porque lhe foi dito que ela havia passado por um severo abuso sexual e físico na infância. O psiquiatra também executou exorcismos nela, um dos quais durou cinco horas e incluiu o uso de água benta e gritos para Satanás deixar o seu corpo.
Quando Cool percebeu finalmente que aquelas falsas recordações foram implantadas, ela processou o psiquiatra por negligência profissional. Depois de cinco semanas de julgamento, o caso dela foi resolvido fora do tribunal por 2,4 milhões de dólares em março de 1997. Nadean Cool não é a única paciente a desenvolver falsas recordações como resultado de uma terapia questionável. Em 1992, no Missouri, um conselheiro de igreja ajudou Beth Rutherford a se lembrar, durante terapia, que o seu pai, um clérigo, a tinha estuprado regularmente dos sete aos catorze anos e que a sua mãe às vezes o ajudava segurando-a. Sob a direção do terapeuta, Rutherford desenvolveu recordações de seu pai engravidando-a duas vezes e forçando-a a abortar o feto ela mesma com um cabide. O pai teve que resignar do posto de clérigo quando as alegações se tornaram públicas. Mais tarde um exame médico da filha revelou, porém, que ela ainda era virgem aos 22 anos e nunca tinha estado grávida. A filha processou o terapeuta e recebeu 1 milhão de dólares de indenização em 1996".

(clique no título para ler o texto na integra. fonte: www.ateus.net)

quinta-feira, outubro 20, 2005

Dragões voam






O Fim do Mundo - Cecília Meireles

A primeira vez que ouvi falar no fim do mundo, o mundo para mim não tinha nenhum sentido, ainda; de modo que não me interessava nem o seu começo nem o seu fim. Lembro-me, porém, vagamente, de umas mulheres nervosas que choravam, meio desgrenhadas, e aludiam a um cometa que andava pelo céu, responsável pelo acontecimento que elas tanto temiam.

Nada disso se entendia comigo: o mundo era delas, o cometa era para elas: nós, crianças, existíamos apenas para brincar com as flores da goiabeira e as cores do tapete.

Mas, uma noite, levantaram-me da cama, enrolada num lençol, e, estremunhada, levaram-me à janela para me apresentarem à força ao temível cometa. Aquilo que até então não me interessava nada, que nem vencia a preguiça dos meus olhos pareceu-me, de repente, maravilhoso. Era um pavão branco, pousado no ar, por cima dos telhados? Era uma noiva, que caminhava pela noite, sozinha, ao encontro da sua festa? Gostei muito do cometa. Devia sempre haver um cometa no céu, como há lua, sol, estrelas. Por que as pessoas andavam tão apavoradas? A mim não me causava medo nenhum.

Ora, o cometa desapareceu, aqueles que choravam enxugaram os olhos, o mundo não se acabou, talvez eu tenha ficado um pouco triste - mas que importância tem a tristeza das crianças?

Passou-se muito tempo. Aprendi muitas coisas, entre as quais o suposto sentido do mundo. Não duvido de que o mundo tenha sentido. Deve ter mesmo muitos, inúmeros, pois em redor de mim as pessoas mais ilustres e sabedoras fazem cada coisa que bem se vê haver um sentido do mundo peculiar a cada um.

Dizem que o mundo termina em fevereiro próximo. Ninguém fala em cometa, e é pena, porque eu gostaria de tornar a ver um cometa, para verificar se a lembrança que conservo dessa imagem do céu é verdadeira ou inventada pelo sono dos meus olhos naquela noite já muito antiga.

O mundo vai acabar, e certamente saberemos qual era o seu verdadeiro sentido. Se valeu a pena que uns trabalhassem tanto e outros tão pouco. Por que fomos tão sinceros ou tão hipócritas, tão falsos e tão leais. Por que pensamos tanto em nós mesmos ou só nos outros. Por que fizemos voto de pobreza ou assaltamos os cofres públicos - além dos particulares. Por que mentimos tanto, com palavras tão judiciosas. Tudo isso saberemos e muito mais do que cabe enumerar numa crônica.

Se o fim do mundo for mesmo em fevereiro, convém pensarmos desde já se utilizamos este dom de viver da maneira mais digna.

Em muitos pontos da terra há pessoas, neste momento, pedindo a Deus - dono de todos os mundos - que trate com benignidade as criaturas que se preparam para encerrar a sua carreira mortal. Há mesmo alguns místicos - segundo leio - que, na Índia, lançam flores ao fogo, num rito de adoração.

Enquanto isso, os planetas assumem os lugares que lhes competem, na ordem do universo, neste universo de enigmas a que estamos ligados e no qual por vezes nos arrogamos posições que não temos - insignificantes que somos, na tremenda grandiosidade total.

Ainda há uns dias a reflexão e o arrependimento: por que não os utilizaremos? Se o fim do mundo não for em fevereiro, todos teremos fim, em qualquer mês...

quarta-feira, outubro 19, 2005

O Mundo está um Caos: Por onde andam nossos Heróis?






Pequeno Tratado das Grandes Virtudes - André Comte-Sponville

“Se a virtude pode ser ensinada, como creio, é mais pelo exemplo do que pelos livros. Então, para que um tratado das virtudes? Para isto, talvez: tentar compreender o que deveríamos fazer, ou ser, ou viver, e medir com isso, pelo menos intelectualmente, o caminho que daí nos separa. Tarefa modesta, tarefa insuficiente, mas necessária. Os filósofos são alunos (só os sábios são mestres), e alunos precisam de livros; é por isso que eles às vezes escrevem livros, quando os que têm à mão não os satisfazem ou sufocam. Ora, que livro é mais urgente, para cada um de nós, do que um tratado de moral? E o que é mais digno de interesse, na moral, do que as virtudes? Assim como Spinoza, não creio haver utilidade em denunciar os vícios, o mal, o pecado. Para que sempre acusar, sempre denunciar? É a moral dos tristes, e uma triste moral. Quanto ao bem, ele só existe na pluralidade irredutível das boas ações, que excedem todos os livros, e das boas disposições, também elas plurais, mas sem dúvida menos numerosas, que a tradição designa pelo nome de virtudes, isto é (este é o sentido em grego da palavra arete, que os latinos traduziram por virtus), de excelências.”

(clique no título e conheça um dos melhores livros do melhor filósofo da atualidade)

terça-feira, outubro 18, 2005

Por onde anda Tim Burton?





O amor é feio - Tribalistas

O amor é feio
tem cara de vício
anda pela estrada
não tem compromisso

O amor é isso
tem cara de bicho
por deixar meu bem
jogado no lixo

O amor é sujo
tem cheiro de mijo
ele mete medo
vou lhe tirar disso

O amor é lindo...

O amor é lindo
faz o impossível
o amor é graça
ele dá e passa

O amor é livre

Quem nunca desejou?

(clique no título e faça virtualmente o que você sempre quis fazer quando seu computador lhe estressa)

Pessoas com quem trabalhamos - Por Sílvia Curiati


A Tia Nil. Inesquecível. Tia da limpeza e do café, lá na Rapp Collins. Ah, e do bolo de cenoura com cobertura de chocolate, aquele que amaciava os clientes na hora de papos difíceis.Uma senhora baixinha, bem baixinha, de cabelinho curto, rosto redondo e bochechas cor-de-rosa. Um olhar sofrido que só ela. Mas por trás daquele semblante calmo e humilde, escodia-se a rainha da sacanagem.Tia Nil dava duas batidinhas leves na porta do banheiro masculino, gritava "esconde o pau que eu tô entrando" e mandava ver. Nem esperava ouvir "um segundo, por favor", já ia entrando.Em seguida, corria pro banheiro das mulheres e perguntava com cara safada "quem quer saber o tamanho do bilau do fulaninho?" A mulherada "Ai, tia, deixa pra lá". Bastava falar isso pra ela alegar "Ihhh, esta não é boa de cama, não quer saber de bilau. Deixa eu ver o tamanho da sua canela". Ela apertava o ossinho e podia afirmar se a menina mandava bem ou não. Dizia que não era a grossura da canela que importava, era a sensação e o movimento.... coisas da Nil.Era muito apegada a mim porque eu era a dona da melhor mesa de toda a agência. Uma que ficava no fundão, de frente pra todo mundo e de costas pra janela. Todo horário de almoço ela ia tirar uma soneca debaixo da minha mesa. A soneca se prolongava até eu chegar da academia distraída e esfomeada e sentar, metendo o pezão na tia. Um dia veio conversar comigo que seu casamento já não era a mesma coisa... O bom era aquele tempo em que ela chegava em casa e o marido estava peladão. Daí ela ficava peladona também e eles brincavam de pega-pega. "Tem coisa mió não, fía...". Ok, pra mim pode parecer muito mais engraçado que pra você, que não conheceu a tia. O fato é, a cena me faz chorar de rir.Quando estávamos em reunião, ela entrava com o café gritando "chegou a alegria da festa" ou coisas parecidas. Fora quando o cliente estava falando e ela vinha cutucá-lo perguntando se queria um bolinho, só 1 real...No meio de uma agência cheia de figuras, tia Nil tinha que ser a primeira. Vem mais por aí.

segunda-feira, outubro 17, 2005

Corpos Pintados - Arte na Pele


Uma exibição de imagen de Corpos Pintados

(clique no titulo e conheça uma exposição de arte diferente que passou por São Paulo)

Dica: Jedi

domingo, outubro 16, 2005

Sobre a Causa Primeira

“Afirma-se – não sei com quanta veracidade – que um certo pensador hindu acreditava que a Terra estava apoiada em um elefante. Quando lhe perguntaram no que o elefante de sustentava, respondeu que se sustentava numa tartaruga. Quando lhe perguntaram sobre o que a tartaruga se sustentava, ele disse ‘Estou cansado disso. Vamos mudar de assunto’. Isso ilustra o caráter insatisfatório do argumento da Causa Primeira.”
Bertrand Russell

sexta-feira, outubro 14, 2005

Meta Morfose

Nossos inimigos - Bertolt Brecht

Nossos inimigos dizem:
"a luta terminou".
Mas nós dizemos:
"ela começou".
Nossos inimigos dizem:
"a verdade está liquidada".
Mas nós dizemos:
"nós ainda a conhecemos".
Nossos inimigos dizem:
"mesmo que ainda se conheça a verdade, ela não pode mais ser divulgada".
Mas nós a divulgamos

(clique no título e ouça a interpretação livre de Antônio Abujamra)

quinta-feira, outubro 13, 2005

De volta ao futuro II

(clique no título e assita a acrobacias de skate... invisíveis)

A verdade sobre as armas: Os danos da proibição

O bom senso, sob o fogo cerrado da proposta de proibição do comércio legal dearmas, pode ser mais uma das vítimas da ingenuidade ou violência branca dademagogia.O que se pretende com a proibição? Reduzir a criminalidade é a resposta, tãoimediata quanto impensada, que nos vem à cabeça. Mas é uma resposta equivocada.A proibição do comércio legal de armas não fará recuar nem um milímetro aousadia do crime (organizado), não baixará a taxa de delinqüência das ruas nemmesmo trará o conforto de diminuir a sensação de insegurança que, hoje, atingeem graus variados a sociedade brasileira.A proibição do comércio legal de armas, como o simples aumento de penas, amudança do fardamento da polícia, tantas outras medidas (anunciadas ou jáimplementadas), tem sobre a criminalidade o mesmo efeito de um arco-íris no céu:uma ilusão bonita aos nossos olhos.No caso da proibição do comércio de armas, a falsa sensação produzirá, noentanto, um efeito danoso: retirará do Estado a possibilidade de controle (aindaque frágil, como agora) e dificultará ainda mais a investigação de crimespraticados com esse recurso.Proibida a comercialização, o Estado não terá mais instrumentos para ocontrole da circulação de armas. Como a sensação de insegurança persistirá,porque as verdadeiras causas da criminalidade (corrupção e impunidade) não sãoresolvidas em razão das deficiências do Estado, o mercado inteiro de armas defogo irá para a clandestinidade.As provas desse argumento são muitas. Uma delas está no documento"Fiscalização de Armas de Fogo e Produtos Correlatos", publicado pela imprensa,elaborado pelo coronel de infantaria Diógenes Dantas Filho, que, em conjunto como Ministério Público Militar Federal, articulou uma ação policial militar paraapreensão de armas clandestinas no Rio de Janeiro. O trabalho mapeia as rotasutilizadas pelo tráfico de armas e confirma a existência, em circulação, noBrasil, de 20 milhões de armamentos sem registro, em contraposição a 2 milhõesde armas registradas.É uma absurda ingenuidade de uns (e razões suspeitas de outros) imaginar que,diante da proibição do comércio legal, ninguém mais comprará ou deixará deportar armas. O mercado não vai estancar simplesmente porque o Estado proibiu acomercialização. Historicamente não tem sido assim. Quem não se lembra da LeiSeca, nos EUA, ou da reserva de mercado de informática, no Brasil? Nos doiscasos, e em muitos outros que a experiência de proibições comerciais mundo aforaconstruiu, cresceu o mercado clandestino e o contrabando. Esse é o terrenofértil para aumentar a corrupção.A medida certa está no controle da fabricação e do porte de armas de fogo, enão na proibição da comercialização. Nesse ponto, é bom retirar do debate aidéia equivocada de que os que são contra a mera proibição estão no pólo opostoda argumentação, propondo "às armas, cidadãos". Não é assim. Acredito naeficiência da regulamentação e no controle rigoroso da fabricação, do porte e daimportação de armas. Acredito na responsabilização direta e penal de todo aqueleque, mesmo não portando armas, estimule o porte ilegal. Venho defendendopublicamente esses pontos de vista desde o começo dos anos 90. O caminho do controle foi tomado em fevereiro de 1997, com a edição da lei9.437, que estabeleceu condições para o registro e o porte de armas de fogo e,mais relevante, configurou como crime possuir, deter, portar, fabricar,adquirir, vender, alugar, expor à venda ou fornecer, receber, ter em depósito,transportar, ceder (mesmo que gratuitamente), emprestar, remeter, empregar,manter sob guarda e ocultar arma de fogo, de uso permitido, sem a autorização eem desacordo com determinação legal ou regulamentar.Até 1997, o porte ilegal de armas era uma simples contravenção penal. A partirde então, com a lei 9.437, passou a ser crime, com pena de prisão. Recentemente,o Senado melhorou ainda mais a lei, aprovando um projeto que, entre outrasmedidas, torna o porte ilegal de armas um crime inafiançável. A proposta doSenado será submetida à Câmara, onde terá o meu apoio.Apesar de não produzir resultados efetivos para o esforço de redução dacriminalidade, que, comprovadamente, tem causas mais graves, a proposta paraproibição do comércio legal de armas acabará sendo apresentada à população comoum milagroso remédio. E nisto está o segundo, e talvez mais importante,equívoco. Sendo aprovada a proposta e em nada resultando no que concerne ànecessidade de redução da criminalidade, veremos aumentar a incredulidade dapopulação com as medidas que venham do Estado. Com isso, continuaremos perdendoum importante aliado na luta contra o crime: a confiança do cidadão no Estado.

Denise Frossard
Juíza de Direito; aposentada, fundadora da Transparência Brasil e DeputadaFederal pelo RJ.

O Pensador

Aos que vierem depois de nós - Bertolt Brecht

"Realmente, vivemos muito sombrios!
A inocência é loucura. Uma fronte sem rugas
denota insensibilidade. Aquele que ri
ainda não recebeu a terrível notícia
que está para chegar.

Que tempos são estes, em que
é quase um delito
falar de coisas inocentes.
Pois implica silenciar tantos horrores!
Esse que cruza tranqüilamente a rua
não poderá jamais ser encontrado
pelos amigos que precisam de ajuda?

É certo: ganho o meu pão ainda,
Mas acreditai-me: é pura casualidade.
Nada do que faço justifica
que eu possa comer até fartar-me.
Por enquanto as coisas me correm bem
[(se a sorte me abandonar estou perdido).
E dizem-me: "Bebe, come! Alegra-te, pois tens o quê!"

Mas como posso comer e beber,
se ao faminto arrebato o que como,
se o copo de água falta ao sedento?
E todavia continuo comendo e bebendo.

Também gostaria de ser um sábio.
Os livros antigos nos falam da sabedoria:
é quedar-se afastado das lutas do mundo
e, sem temores,
deixar correr o breve tempo. Mas
evitar a violência,
retribuir o mal com o bem,
não satisfazer os desejos, antes esquecê-los
é o que chamam sabedoria.
E eu não posso fazê-lo. Realmente,
vivemos tempos sombrios.


Para as cidades vim em tempos de desordem,
quando reinava a fome.
Misturei-me aos homens em tempos turbulentos
e indignei-me com eles.
Assim passou o tempo
que me foi concedido na terra.

Comi o meu pão em meio às batalhas.
Deitei-me para dormir entre os assassinos.
Do amor me ocupei descuidadamente
e não tive paciência com a Natureza.
Assim passou o tempo
que me foi concedido na terra.

No meu tempo as ruas conduziam aos atoleiros.
A palavra traiu-me ante o verdugo.
Era muito pouco o que eu podia. Mas os governantes
Se sentiam, sem mim, mais seguros, — espero.
Assim passou o tempo
que me foi concedido na terra.

As forças eram escassas. E a meta
achava-se muito distante.
Pude divisá-la claramente,
ainda quando parecia, para mim, inatingível.
Assim passou o tempo
que me foi concedido na terra.

Vós, que surgireis da maré
em que perecemos,
lembrai-vos também,
quando falardes das nossas fraquezas,
lembrai-vos dos tempos sombrios
de que pudestes escapar.

Íamos, com efeito,
mudando mais freqüentemente de país
do que de sapatos,
através das lutas de classes,
desesperados,
quando havia só injustiça e nenhuma indignação.

E, contudo, sabemos
que também o ódio contra a baixeza
endurece a voz. Ah, os que quisemos
preparar terreno para a bondade
não pudemos ser bons.
Vós, porém, quando chegar o momento
em que o homem seja bom para o homem,
lembrai-vos de nós
com indulgência. "

fonte: http://www.releituras.com

Agradecimentos ao amigo Igor Réi

Ausência

quarta-feira, outubro 12, 2005

Escape da sala de detenção

(clique no título e tente sair do castigo)

Fonte: nerd's friend

terça-feira, outubro 11, 2005

Perseguido por si mesmo

Terra brasileira


(clique no título e conheça um excelente site sobre folclore brasileiro e cultura indígena. Organizado por regiões com bons textos. Para os amigos (as) sociólogos (as) que se enteressam pelo assunto)

Anagrama

(clique no título e conheça um site onde você pode colocar o seu nome, ou uma frase qualquer, e descubra dezenas de anagramas)

segunda-feira, outubro 10, 2005

Jogo: Faça o carro atravessar o trânsito infernal

(clique no título e resolva esse quebra-cabeça)

Jogo: Mata-mosca

(clique no título e simplesmente mate mosca)

Chega de saudade - Vinícius de Moraes

"Vai minha tristeza e diz a ela que sem ela
Não pode ser, diz-lhe numa prece
Que ela regresse, porque eu não posso
Mais sofrer. Chega de saudade a realidade
É que sem ela não há paz, não há beleza
É só tristeza e a melancolia
Que não sai de mim, não sai de mim, não sai
Mas se ela voltar, se ela voltar,
Que coisa linda, que coisa louca
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos que eu darei
Na sua boca, dentro dos meus braços
Os abraços hão de ser, milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim
Que é pra acabar com este negócio de você
Viver sem mim. Não quero mais este negócio
De você viver assim"
E eu fiquei sentindo sua falta de tanta saudade que você me fez...
(clique no título e faça o download da música)

Jogo: Arrume seu quarto antes que seus pais apareçam

(clique no título e passe por nenhum aperreio, LIMPE SEU QUARTO!)

Jogo: Kill Bill 2

(clique no título e prepare-se para um jogo com sangue... muito sangue: decaptações de braços, pernas e degolações à vontade)

Jornal manda leitor se comer

(clique no título e leia a reportagem em que o colunista do jornal pensou que as letras em japonês são todos iguais)

CASOS REAIS DE ATENDIMENTO A CLIENTES

CLIENTE: "Não consigo fazer conexão com a Internet."
SUPORTE: "Tem certeza que utilizou a senha certa ?"
CLIENTE: "Sim, tenho certeza. Vi um colega fazendo."
SUPORTE: "Pode me dizer qual foi a senha ?"
CLIENTE: "Cinco estrelinhas."

CLIENTE: "Não consigo imprimir. Cada vez que tento, o computador diz: "Não é possível encontrar a impressora". Já levantei a impressora e coloquei-a em frente ao monitor, mas o computador continua dizendo que não consegue encontrá-la."

SUPORTE: "Serviço ao cliente da HP. Sérgio falando. Em que posso ser útil?"
CLIENTE: "Tenho uma impressora HP que precisa ser reparada."
SUPORTE: "Que modelo é ?"
CLIENTE: "É uma Hewlett-Packard."
SUPORTE: "Isto eu já sei. É colorida ou preto e branco?"
CLIENTE: "É bege."

SUPORTE: "Bom dia. Posso ajudar em alguma coisa ?"
CLIENTE: "Eeh... Olá. Não consigo imprimir."
SUPORTE: "Pode clicar no 'Iniciar' e... ?"
CLIENTE: "Calma aí! Não responda assim muito tecnicamente. Não sou o Bill Gates!"

CLIENTE: De repente aparece uma mensagem na minha tela, que diz Clique 'Reiniciar'... O que eu devo fazer ?"
SUPORTE: O senhor aperte o botão solicitado, desligue e ligue novamente. Sem pestanejar, o cliente desliga o telefone na cara do atendente e liga para o suporte novamente.
CLIENTE: E agora o que eu faço ?

CLIENTE: "Tenho um grande problema. Um amigo meu colocou um protetor de tela no meu computador, mas a cada vez que mexo o mouse, ele desaparece!"

SUPORTE: "Em que posso ajudar ?"
CLIENTE: "Estou escrevendo o meu primeiro e-mail."
SUPORTE: "OK, qual é o problema ?"
CLIENTE: "Já fiz a letra "a". Como é que se faz o círculozinho em volta dela ?"

CLIENTE: "A Internet também abre aos domingos ?"

Depois de um tempo falando com o atendente do suporte.
SUPORTE: "o que tem do lado direito da tela ?"
CLIENTE: "uma samambaia !"
SUPORTE: silêncio...

sexta-feira, outubro 07, 2005

O outro lado da moeda... Está enferrujado

(clique no título e assista ao terror da diferença social no mundo)

quinta-feira, outubro 06, 2005

A arte de René Magritte









Desenvolveu sua variante pessoal do surrealismo, reunindo à sua volta um grupo de simpatizantes deste movimento. O desconcerto de suas telas partia do uso de elementos que contrastavam ou se excluíam, sempre representados por um realismo conciso

Desilusão